AVISO: A informação disponibilizada neste site tem como data de referência o ano 2002 e pode encontrar-se desactualizada.


[O Frontão da Fonte]

 

Época termal
4 de Junho a 31 de Outubro

Indicações

Anemias, clorose, hipercloridrias. Doenças do sangue (anemias e outras por carência de ferro); Doenças gastro-hepáticas (gastro-duodonais e hepatopatias); anorexias e convalescenças. (in folheto de divulgação)

 

O recorte do JN (31/07/03) tem como destaque o testemunho de Maria Júlia, de 91 anos: “Curei-me em ano e meio. Tinha 16 anos quando foi ao médico e soube que sofria de anemia. Aprendi a conviver com este problema até aos 60 anos, altura em que comecei a piorar [...] Aos 60 anos comecei a beber regularmente a água. Podem não acreditar, mas passado ano e meio nem rasto da anemia tinha. Foram as águas que me salvaram. Naquela ocasião sofria de hemorragias, o que era terrível. Sou a habitante mais velha de Vale de Mó. E embora tenha 91 anos, há dias renovei a carta de condução. Até a Delegada de Saúde ficou espantada com a minha aparência…

 

Tratamentos/ caracterização de utentes

Ingestão de água: “5 tomadas de água diárias, com intervalos de 20 minutos, durante a manhã e a tarde. Duração do tratamento: 14 ou 23 dias de acordo com a prescrição médica”  (in folheto de divulgação)
Utentes:
Em 1998 teve 157 aquistas, 1997-153, 1996-179.

Encerrou em 1999, reabrindo em 2003.

 

Instalações/ património construído e ambiental

Sobre o local da nascente foi construído um “templete” ao gosto da década de 30, de formas rectangulares, tendo inscrito no frontão a palavra "FONTE”.
Esta fonte faz parte de um parque arborizado, vizinho da aldeia de Vale de Mó, que dos “sete casebres” do século XVIII, cresceu como “aldeia de águas” para dar resposta à procura das suas águas Férreas.
Em 2003 a Câmara Municipal da Anadia construiu num plano superior um pequeno edifício que serve de consultório, enfermaria, sala de espera/descanso e outros serviços.

Para sul da fonte foi feito um furo, também na mesma data, obtendo-se água com uma mineralização idêntica que servirá de futuro a um balneário.

 

Natureza

Hipossalina, ferruginosa, hipotermal  (Acciaiuoli, 1941: 15)
Bicarbonatada sódica, hipossalina
Mineralização total - 166,497 mg/ l ( HCO3 – 87,08 mg/l; Mg – 14 mg/l ; Fe – 8,8mg/l )

Temperatura – 16,1º; pH – 6,38 (in folheto de divulgação)

 

Alvará de concessão

Alvará de concessão de 13 de Novembro de 1920, a favor de Jaime Moreira de Carvalho
Declaração de abandono, 23 de Abril de 1929
Novo alvará de concessão a 12 de Janeiro de 1932, a favor de Óscar Manuel Guedes Alvim

Contrato actual: 1 de Janeiro de 2001, a favor da Câmara Municipal da Anadia.

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Historial

Citadas por Frei Cristóvão dos Reis (1779).
A sua descoberta é atribuída ao Padre Manuel Almeida, que casualmente as descobriu em 1730. Este participou a sua descoberta a um irmão que era desembargador em Lisboa, onde a notícia rapidamente se espalhou, sendo então considerada das melhores águas férreas do país. A concorrência aumentou, recebendo mesmo a visita do ministro José Seabra (de  D. João V), e foi sempre aumentando até 1862, diminuindo a partir dessa data até 1867, segundo informação dada aos Quesitos de 1867, citado por Acciaiuoli (1994,IV: 332-3)
A comprovar essa fama temos as referências anuais no Almanaque, publicação anual de grande divulgação no século XVIII.
Em 1912 foi feito o pedido de concessão. As análises químicas são da responsabilidade de Bonhorst (1912) e o relatório de reconhecimento de Torres (1916).   
Na temporada de 1999 as termas foram encerradas por ordem do IGM e da Direcção Geral de Saúde, por falta de “ condições higiénicas”. Não havia sanitários e a velha buvete apresentava-se degradada.
No ano seguinte o concessionário, Osvaldo Martins, vendeu as termas à CM da Anadia pelo preço simbólico de 12.500$00.
Depois de várias obras, de que se encarregou a nova concessionária, as termas reabriram em 1 de Agosto de 2003. 

Embora esta água “ferruginosa” seja sobretudo utilizada por ingestão, a Câmara Municipal projecta a construção de balneários ao fundo do terreiro, defronte da fonte, onde serão administrados alguns tratamentos balneoterápicos, para este tipo de águas. Não seria mais interessante especializar estas termas só em doenças de sangue, portanto na ingestão da água mineral. Porque não um restaurante dietético com um bar de provas de águas a explorar por alguém especialista nesta culinária, onde seria permitido desgostar uma única marca de vinhos da região da Bairrada. Em Coimbra existe uma confraria de águas que eventualmente poderá estar interessada nesta exploração.

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Alojamentos

Acciaiuoli (1994, IV: 332-3) acrescenta-nos que em 1932 tinha “uma boa pensão e muitas casas com boas condições higiénicas para os aquistas”

Actualmente existem duas pensões: a Pensão Pereira, com 8 quartos, e a Pensão da Montanha (não visitada); o aluguer de casas ou quartos não é praticado actualmente.

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Recortes

JN- 31/07/03 (Pedro Fontes da costa) – Vale de Mó reabre termas das águas “milagrosas”  - Remodelação. Estância encerrada em 1999 por falta de condições sanitárias foi vendida a Câmara por 12500 escudos. Entregá-la a quem “perceba do negócio” é intenção futura / Destaque: “Curei-me em ano e meio”  / JN- 24/11/00 (Miguel Gonçalves) -  Câmara recupera termas de Vale da Mó – Proprietário doou exploração à autarquia que já prepara projecto de intervenção./JN- 6/7/99 (Miguel Gonçalves) - Termas encerradas por falta de higiene – Instituto Geológico e mineiro assegura que a estância de Vale de Mó não tem condições para continuar aberta.

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Bibliografia

Acciaiuoli: 1936; 1937; 1940; 1941; 1942; 1944; 1947;1948a;  1948b; 1949-50; 1953. Bastos 1936/7, Bonhorst 1912, Castro 1936, Castro 1894-95, Contreiras 1937, Contreiras 1951, Correia 1922, Leal 1875-80, Lepierre 1930, Reis 1779, Rodrigues 1932, Torres1916, Águas minerais do continente e Ilha de S.Miguel 1940, Águas e Termas Portuguesas 1918, Anuário Médico-hidrológico de Portugal 1963, Le Portugal Hydrologique e climatique 1930-42.

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Dados gerais

Distrito
Aveiro

Concelho
Anadia

Freguesia
Moita       

Povoação/Lugar
Vale de Mó 

Localização
Num pequeno vale para nascente da aldeia, nas faldas da Serra do Caramulo.  

Província hidromineral
B / Bacia hidrográfica do Rio Vouga      

Zona geológica
No limite do Maciço Hespérico (Zona Centro-Ibérica) com as Orlas Mezo-Cenozóicas, no vale da falha geológica que define as duas zonas.

Fundo geológico (factor geo.)
Rchas metamórficas (xistos)   

Dureza águas subterrâneas
200 e 300 mg/l de CaCO3

Concessionária

CM da Anadia

Telefone
231510730

Fax
231511405
estância 231525082

Morada
Pr. do Município
3780-000 Anadia

E-mail / site

n.d.´

 


O terreiro da Fonte .

 


O interior da Fonte