[A constante procura desta água forma por vezes filas de espera de horas]

 

Época termal
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Indicações

Anemias (Correia 1922)

Anemias e úlceras atónicas (Contreiras 1951)

Tratamentos/ caracterização de utentes

Ingestão. A qualidade da água mais referida pelos utentes na fila de espera para encher os garrafões é ser “muito fresca”, não lhe sendo atribuída nenhuma qualidade medicinal directamente.

 

Instalações/ património construído e ambiental

Em 1997 a cadeia de hipermercados Carrefour instalou-se na zona sudeste de Braga, na freguesia de Fraião, onde a cidade iniciou a sua expansão urbana no início dessa década. As obras obrigaram à deslocação da fonte do Fraião numa distância de 50 m do local original, conforme reza a placa comemorativa desta reinstalação: “Maio de 1997 - A actual fonte de Águas Férreas de Fraião localizada aproximadamente a 50 m da nascente não é uma emergência natural de água férrea, trata-se do aproveitamento por gravidade de uma nascente situada aproximadamente a 200 m para Sul da localização da fonte, é uma água hipotermal, cloretada sódica, com teores em ferro extremamente baixos, pelas suas características, a mesma pode ser considerada uma água mineral natural."

O actual fontanário é uma obra em granito da região, localizada nas traseiras do hipermercado numa pequena zona ajardinada, encontrando-se a um nível mais baixo do solo (cerca de 3 m na zona da bica), em forma de “L” invertido. O primeiro lance de quatro degraus conduz a um primeiro patamar onde se encontra um banco de pedra corrido, sobre o qual está a placa comemorativa e um quadro onde são colocadas o resultado das análises feitas periodicamente ás águas. Outros quatro degraus conduzem ao átrio da bica. A parede de frontão da bica é ladeada por dois bancos corridos em pedra. Na parede do frontão destaca-se, ao centro, a obra em pedra lavrada ao gosto barroco nortenho, em forma de grande escudo de armas, já gasto pelos tempos. A água jorra do que poderá ter sido uma carantonha correndo para uma calha talhada no solo, de onde atravessa subterraneamente a fonte.

 

Natureza

Fria, hipossalina, cloretada sódica, férrea, siliciosa (Lopes, 1892)
Férreas, siliciosas, hipomineralizadas, frias (20,5º) (Correia, 1922)
Sulfúrea sódica, ferruginosa (Contreiras, 1951)

As águas são periodicamente analisadas bacteriologicamente pelo Laboratório de Análises de Águas e Fontes Industriais, sendo o requisitante a Junta de Freguesia de Fraião.

 

Alvará de concessão

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Historial

Na "Topografia Médica de Braga", de 1840, são relacionadas estas águas como caldas mandadas fazer pelo Arcebispo D. Freire Caetano Brandão. (cit. Acciaiuoli 1944, II: 134). É mencionada nos quesitos de 1867 como água férrea e “descoberta no tempo de Frei Caetano Brandão – Arcebispo Primaz” (ibidem).

Lopes (1892) localiza-a a 2,5 km da cidade de Braga (actualmente está numa zona recentemente urbanizada da cidade), e, depois de transcrever a análise química das águas, acrescenta: “Esta fonte de água mineral é bastante estimada pelos povos circumvizinhos, conhecida pelos nomes de Fraião ou Lamações.”
Durand (2003) informa-nos que esta água se encontra actualmente nas traseiras do hipermercado Carrefour de Braga, e que esta empresa fez de certo modo uma operação de charme ao deslocar o lugar da fonte.
Algumas destas informações parecem um pouco incorrectas. A “operação de charme do Carrefour” corresponde mais a uma justa imposição da Junta de Freguesia de Fraião, que esta cadeia de hipermercados se viu obrigada a cumprir ou a pagar, e não existe na placa comemorativa da reinstalação da fonte nenhuma alusão à colaboração dessa cadeia de hipermercados.
Quanto à afirmação de Lopes (1892), ainda é válida hoje em dia, como prova não só a imposição na construção e urbanização do novo espaço da fonte, como a afluência da população da cidade à fonte, hoje mais conhecida por Fonte do Carrefour do que pelo seu antigo nome.
Quanto à citação de Acciaiuoli (1944), trata-se de uma confusão desta nascente com a dos Galos. Essa sim teve em tempos umas “Caldas”, que já não existiam em vida deste autor.
Conforme o registo no Livro de Termo de Arrematação das Rendas de 1769-1791, Folha 49 e 49v, de 30 de Junho de 1773, da Câmara Municipal de Braga ( transcrito na placa comemorativa), esta obra foi iniciativa do Senado desta Câmara "para asseio e resguardo e pudor do povo com maior comodidade servir-se da água férrea novamente descoberta". Ainda segundo essa placa, a água foi analisada em 1851 a custo da mesma câmara, e impresso um folheto com os resultados da análise, que foram publicados pelo erudito bracarense Caldas (1851) no "Jornal da Sociedade Farmacêutica" e em folheto brochado pela Câmara Municipal, possivelmente resultado da análise feita por Silva (1841) dez anos antes.

Depois das referências de Lopes (1892), aparecerem apenas as resumidas notas de Correia (1922) e Contreiras (1951), que não fazem mais que repetir a natureza da água e consequentemente as suas atribuições terapêuticas, que aliás são as mesmas de todas as águas férreas, mineral presente em muito baixo teor nesta água.

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Alojamentos

De todos os tipos em Braga e arredores

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Recortes

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Bibliografia

Acciaiuoli 1944, Almeida 1988, Caldas 1851, Caldas1841, Contreiras 1937, Contreiras 1951,  Correia 1922, Dujardin-Beaumetz1887-95, Durand 2003, Lopes 1892, Le Portugal hidrologique e Climatique1930-42

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