AVISO: A informação disponibilizada neste site tem como data de referência o ano 2002 e pode encontrar-se desactualizada.


[O edifício termal]

 

Época termal
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Indicações

Dermatoses, reumatismo, catarros das mucosas, litíase renal (Correia 1922)
Dermatoses tórpidas, reumatismo crónico, aparelho respiratório (Contreiras 1951)
Doenças de pele, ORL, reumatismo, doenças do intestino, doenças do fígado e vias biliares (Anuário1963)
São mais procuradas para as doenças de pele, com “resultados muitas vezes admiráveis” (Almeida 1988) em afecções crónicas tórpidas como eczemas, psoríases e dermatoses micóticas. Em segundo lugar aparecem os reumatismos: “As termas estão vocacionadas para o tratamento de doenças respiratórias em especial das vias aéreas superiores, doenças músculo-esqueléticas e doenças da pele. ( folheto s/data da Turitermas)

Curiosamente, a indicação para o tratamento de doenças de pele a que esta água sempre esteve associadas é actualmente passada para o final da lista das indicações, aparecendo em primeiro lugar a que têm hoje mais procura, sobretudo entre os aquistas mais jovens, as doenças das vias respiratórias.

Tratamentos/ caracterização de utentes

Director Clínico: Dr. Augusto Dias de Castro
Tratamentos:
Balneoterapia: banho de imersão, hidromassagem, de bolha de ar e com duche subquático; duche de Vichy e de agulheta; vapor à coluna.
ORL: irrigação nasal, pulverização faríngea, nebulização nasal e faríngea, pulverização e aerossóis.
Outras técnicas: aplicação de lamas, sauna, solário e clínica de fisioterapia com piscina de recuperação motora.

Os aquistas são sobretudo oriundos do concelho de Guimarães. Até 2002 o número anual de utilizadores em pouco ultrapassava as seis centenas. Mas em 2004 este valor tinha subido substancialmente, chegando a quase 1600 aquistas.

 

Instalações/ património construído e ambiental

Captadas em dois grupos, as águas emergem pelas diáclases de granito, a cerca de cem metros da margem direita do rio Ave, considerando-se assim os Banhos Velhos (grupo meridional) e os Banhos Novos (grupo setentrional) que apenas se distinguem pela apresentação das suas instalações, já que pela composição das águas e pelos seus efeitos são idênticos” (Almeida e Almeida 1988: 463)
Os Banhos Velhos estão actualmente abandonados, em estado de pré-ruína. Num campo murado de cerca de 400 m2 encontram-se os dois corpos do balneário, cuja última reforma remonta a 1939, ocasião em que além da remodelação interior dos edifícios se construiu o passadiço de ligação entre os dois corpos. A edificação mais interessante é o balneário, construído em 1875, de forma dodecagonal, ao centro do qual havia um poço para o qual davam nove salas de banhos. No subsolo deste terreno encontram-se os restos do que foram as termas romanas das Taipas.
O edifício das termas (Banhos Novos) foi inaugurado em 1908 e é essencialmente constituído por um corpo central de dois pisos ladeado por dois corpos de um só piso, que em tempos corresponderam a alas de tratamentos para os dois sexos. Na reforma de 1996 foi acrescentado, na parte traseira das termas, um centro de reabilitação de fisoterapia, ocupando parte da área do balneário.
Defronte da entrada do balneário e a um plano circular inferior encontra-se, entre frondosa vegetação, a Fonte do Leão, que foi a buvete dos tratamentos por ingestão e está actualmente desactivada.

Defronte do balneário e do Hotel das Termas, há um espaço em esplanada com jardim, um pequeno parque termal onde se encontra uma piscina ao ar livre. O Hotel Termal é uma construção do início do século XX, ao gosto da Arte Nova, recentemente recuperado e aumentado com uma ala em arquitectura actual.

 

Natureza

Sulfúrea sódica, bicarbonatada, siliciosa, hipomineralisada (0,20 g), hipotermal (28º a 32º) (Correia 1922)
Sulfúrea sódica, fluoretada de fraca mineralização, com um alto teor de radão no poço n.º 9. (Anuário1963)
Sulfúrea sódica, fluoretada, azotada, mesotermal, fracamente radioactiva (Almeida e Almeida 1988)
Sulfúrea sódica, mesotermal (32º) (Calado 1995)   
  

 

Alvará de concessão

1896 – Alvará de concessão de 11 de Janeiro a favor da Câmara Municipal de Guimarães
1939 – Portaria concedendo a área de reserva de 50 hectares

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Historial

No chamado paredão das Taipas, no terreiro anexo aos antigos balneários, a ladearem um pequeno fontanário com as bicas em forma de delfins entrelaçados, estão duas lápides, sem data, com as seguintes inscrições: Do lado esquerdo: “Joam primeiro rei do reino unido/ para que a morte mais troféus não conte do que o inexaurível/ salutar bebida esta levanta milagrosa fonte.” Do lado direito: “Eras vindouras dezei aos homens/ dos Barões claros desta obra haviam/ Souza procurador, Luís Estêvão, Couto Pinto, Athayde".
Vários autores: Lopes (1892: 373), Sarzedas (1903: 53 e 1907: 91) e Mangorrinha (2002: 142) pretenderam ver nesta inscrição uma dedicação especial do rei D. João I a estas águas, mas tal leitura é errónea, dado que "João Primeiro do Reino Unido" é D. João VI, aclamado com este título no Rio de Janeiro a 20 de Março de 1816.
O ano de 1818 é dado por vários autores como a data da construção do balneário pela Câmara Municipal de Guimarães, que veio substituir as barracas de madeira descritas por Reis (1779) e Tavares (1810). Ora, sendo essas lápides comemorativas desse facto, uma glorificando os homens de Guimarães que tornaram possível o acontecimento, outra o primeiro rei do Reino Unido, isso implica que as obras não se edificaram só com dinheiros camarários, mas também com a colaboração do rei, ao tempo residente no Rio de Janeiro, onde os “Barões claros desta obra” se devem ter deslocado.
Embora de comprovada exploração romana, existindo ainda restos de poços e tanques dessa época soterrados no campo do Banhos Velhos, a primeira referência que temos a esta nascente é de 1779, de Frei Cristóvão dos Reis, comentando que embora fossem de há muito conhecidas estas águas pelos residentes das redondezas, “ninguém conhecia as suas virtudes tendo ele, em 1753, aconselhado o seu uso com muitos resultados”. (cit. Acciaiouli 1944, IV: 74).
Tavares (1810) descreve-as como “sítio aprazível, e há poucos anos começou a ser mais povoado em razão da utilidade que tem prestado as águas minerais que aí nascem, e tanto que em algumas ocasiões acontece não haver quartéis suficientes para os enfermos que concorrem. É o terreno plano e fértil, e as nascentes em quatro diferentes mananciais são abundantes, repartindo-se esta água por nove tanques ou poços; cinco dos quais são de pedra, e quatro em madeira ”.
Os tanques em pedra tinham o nome dos seus criadores ou das doenças a que serviam: Poço dos Carvalhos, Poço de António de Sousa e ainda os poços dos Leprosos, do Fígado e do Reumatismo.
No chamado paredão das Taipas, no terreiro anexo aos antigos balneários, existem duas lápides a ladearem um pequeno fontanário com as bicas em forma de delfins entrelaçados.
Quanto ao balneário construído em 1818, constava de cinco tanques de paredes em pedra e fundo em areia de onde brotava a água. Em 1844 foi feita uma prospecção para determinar as maiores emergências de água, procedendo-se à escavação de boa parte do campo das Caldas, surgindo então o balneário romano estudado por Pereira Caldas (1854).
Na sessão de 20 de Junho de 1854 das Cortes da monarquia constitucional, o ministro do Reino foi interpelado pelo deputado Nogueira Soares, a propósito das Caldas de Taipas e Vizela. O deputado pedia “a ex.ª o sr. ministro do reino, que olhasse com atenção para estes dois estabelecimentos, que podiam prestar grandes serviços à salubridade do país […] Era necessário começar por fazer uma análise química destas águas; não a há feita em termos que possam merecer crédito, não há polícia [ordem] nenhuma, não há banhos limpos, não há comodidades para os banhistas poderem estabelecerem-se ali; não há caminho nem estradas viáveis”.
Nesse ano publicou Caldas (1854) a sua “Notícia topográfica das Caldas de Taipas”, referente às escavações arqueológicas feitas 10 anos antes.
Analisadas por Agostinho Lourenço em 1867, constam do catálogo para a Exposition Universelle de Paris de 1867, onde o autor as considerou menos mineralizadas que as de Vizela, mas com a mesma natureza mineralógica: “La source thermale das Taipas contient par kilogramme d’eau 0,00242 gr. d’acide sulfhydrique, et fournit 0,2035 gr. Des principes fixes: ce sont principalement des silicates et des chlorures alcalins, ainsi que des calcaires et magnésiene."
Nesse mesmo ano (1867) o campo das Caldas foi novamente remexido, para se proceder a novas captagens, então feitas por cinco “chaminés” de chumbo, ou seja, tubos de chumbo que perfuraram as camadas superiores dos terrenos de aluvião nos locais onde a água emergia em maior caudal, pelo que todo o espaço das antigas termas romanas foi escavado e constituída memória com carta de levantamento, mencionada no Relatório de Choffat (1898), e reproduzido por Acciaiouli (1941: 42-57).
Segundo este relatório, os banhos romanos eram constituídos por um poço de 2,4 m de profundidade e 7 metros de diâmetro. Junto deste encontrava-se um pequeno tanque comunicando com o fundo do poço, um depósito de água e duas piscinas, de que se retirou os ladrilhos de fundo para os tanques construídos nas obras de 1844.
As Caldas de Taipas e Vizela voltaram às Cortes, na sessão de 25 de Maio de 1869, pela voz do deputado Alves Carneiro, que fora presidente da Câmara Municipal de Guimarães. Propunha ao governo que se isentasse o rendimento destas caldas da lei de 30/6/1860, a qual obrigava a que um terço do rendimento dos bens camarários fosse aplicado no sistema viário municipal. Para o deputado, era o único modo de se conseguir as verbas necessárias para as reformas nos balneários. Do seu discurso ficamos a saber que a “frequência é orçada pouco mais ou menos em seis mil e tantas pessoas” e que a câmara tinha lançado uma taxa de 40 reis por banho “com excepção dos pobres e militares". Na sessão do dia seguinte (26/5/1869), o deputado Alves Carneiro transformou a sua apresentação num projecto de lei, aprovado e enviado à comissão da Fazenda.
O decreto governamental só veio a ser aprovado a 26/3/1873, obrigando a câmara de Guimarães a aplicar essa verba no melhoramento dos banhos de Taipas e Vizela. No que respeita às caldas de Taipas foi inaugurado em 1875 um novo balneário, constituído por dois corpos: o primeiro, um pavilhão de forma dodecagonal construído em volta de um poço central, ocupando a quase totalidade do balneário romano; e um segundo corpo constituído por duas casas paralelas, ampliações no seguimento dos banhos já existentes nas reformas de 1818 e 1844.
Lopes (1892: 374) descreve esse balneário: “O actual balneário tem 10 tinas e 9 piscinas de pedra, cada uma das quais oferece capacidade para 5 ou 6 pessoas. Em muitas delas brotam nascentes próprias, ramos da mesma comum origem.”
No Relatório de Inspecção de Tenreiro Sarzedas de 1902 (1903: 55) a descrição do balneário é semelhante, e as críticas do médico inspector referem a ausência de assistência médica: “Ali toma banhos quem quer e no número que quer, logo que pague. O mesmo sucede com a água mineral bebida.” No edifício das nove piscinas duas eram destinadas a “doentes de elefantíase” (lepra), mas estes tanques não tinham separação entre eles que evitassem o contacto e o contágio, sendo de herpéticos de variadas espécies a maioria dos frequentadores das piscinas”.
Tenreiro Sarzedas fez nova visita de inspecção em 1906. A situação tinha-se modificado, dado que já havia inspecção médica, e, ao que constava, a Câmara de Guimarães arrendara as Caldas a “um individuo daquela localidade que, de conta própria, ou constituído empresa, vai explorar a água mineral das Taipas, edificando novo estabelecimento, para o que, quando ali fiz a minha última inspecção, em Setembro passado, já se procedia a novas captagens, deparando-se nessas pesquisas com a existência de um reservatório, indubitavelmente de construção romana” (Sarzedas 1907: 94).
Com efeito, a câmara de Guimarães fizera um arrendamento a José Antunes Machado, que por sua vez formou com os proprietários do hotel a Empresa Termal das Taipas. Dois anos depois terminava o novo balneário de 1.ª classe, construído junto do hotel, a cerca de 100 m do balneário antigo, que continuou em funcionamento com banhos de 2.ª e 3.ª classe.
Na sessão de 6 de Outubro de 1909 das Cortes, o deputado republicano Miguel Bombarda interpelou o governo num debate sobre alienados em Portugal, descrevendo a concorrência às Caldas de Taipas por doentes com pelagra: “Nas Caldas das Taipas é todos os anos uma romaria de pelagrosos que ali vão buscar alívios, ilusórios alívios ao seu mal – ao mal que os vai matar, e pela morte a mais cruel que é a loucura.
Ora, a pelagra, que tem a sua origem no milho deteriorado, encontra hoje uma profilaxia segura. […] Pois em Portugal não só se não tomou qualquer providencia – e são tão fáceis, tão seguras, as providencias a tomar – mas nem sequer houve quem se preocupasse com o mal e procurasse conhecê-lo de perto. Foi necessário que a iniciativa da classe medica, com a sua escassez de recursos, acudisse a fazer o estudo de uma doença tão mortífera, ainda assim estudo incompleto, porque os médicos não têm os elementos de trabalho, que podem ter as estações oficiais.
A morte pela pelagra, a morte no meio dos arrancos de uma loucura especial, é uma morte afrontosa. O meu colega João de Meira viu, em Guimarães, uma desgraçada pelagrosa amarrada a uma cerdeira, desgrenhada de olhos esgazeados, possuída de intenso delírio, torturada por um calor que lhe requeimava o cérebro e que gritava por agua! agua! agua!
É como de ordinário acabam estes desgraçados: é procurando a agua e indo lançar-se aos poços, aos ribeiros, onde morrem afogados. Morreu assim aquela desgraçada da cerdeira e porque se suicidou a caridade evangélica atirou-lhe o cadáver para onde se atiram os cavalos e os cães. Recusou-lhe a sepultura no cemitério, o chão sagrado da igreja, o chão que na verdade é exclusiva pertença do poder civil."

Em 1939 os banhos de 2.ª e 3.ª classe foram remodelados com a comparticipação do Estado, mas estruturalmente mantiveram-se os elementos já existentes, nas sucessivas construções (romana, de 1818, 1844 e 1875). O edifício dodecagonal, embora em mau estado de conservação, ainda existe, assim como o balneário sucessivamente reformado, este em estado de pré-ruína. No subsolo encontra-se parte do velho balneário romano, que, juntamente com a vizinha Ara de Trajano, monumento nacional, enorme monólito com a inscrição devocional do tempo deste imperador (96-117 d.C.), denunciam um centro urbano romano que nunca foi objecto de um estudo arqueológico (o balneário não consta da listagem de património arqueológico do IPPAR).
No Anuário (1963) o destaque vai para os tratamentos de doenças de pele (eczemas, mucosas e psoríase), ilustradas por várias fotografias de doentes “antes e depois do tratamento”. Quanto aos balneários, a descrição é sumária. O relator denomina os balneários de 2.ª e 3.ª classe de “Banhos Romanos”, onde “existe uma piscina conhecida e procurada com a designação do poço 9, construída sobre uma das nascentes da qual recebe directamente a água e os gases”.
Almeida (1988) não nos dá nenhum dado histórico novo sobre as Taipas, mas reproduz uma fotografia dos Banhos Velhos, onde se nota já o abandono destes balneários quando da sua visita, que terá sido realizada entre 1970 e 1975.
As Caldas de Taipas voltaram ao Parlamento, já em tempos democráticos. Na reunião plenária da Assembleia da República de 5 de Novembro de 1981, o deputado Lemos Gamião (PSD) apresentou o seu trabalho sobre o estado das termas e do termalismo em Portugal, e, discursando sobre as Caldas de Taipas, não poupou elogios às qualidades curativas das suas águas: “Renomeadas águas sulfúricas, alcalinas, carbonatadas, fluoretadas, meso-termais e radioactivas, eram consideradas como únicas no tratamento de doenças da pele: águas miraculosas! Águas santas!... Circundadas pela fertilidade das terras que o Ave banha, embelezadas com um recortado horizonte de arvoredos, onde pomposamente se situa um parque que quase ensombra a povoação pelas largas copas de magníficos carvalhos, como escrevia Ramalho Ortigão nos fins do século passado. […] O que levou um dia Camilo a classificá-la como uma povoação de «rosto de vila e corpo de aldeia» ou «um parque com casas»."
Mas esse paraíso encerrara as suas portas: “O desmazelo, o dolo e a incompetência permitiram que aparecesse inquinada em 1977, motivo por que as termas foram encerradas por decisão da Direcção-Geral de Saúde. Por tal motivo, a empresa termal promoveu em 1978 à elaboração de um estudo hidrológico local, que incluiu trabalhos de prospecção geofísica, seguidos da abertura de furos de pesquisa, com vista à implantação de uma captação adequada. Os resultados não foram bons, visto que a água captada não era mineral, esclarecendo-se, porém, que as condições técnicas não foram as mais recomendadas.
Perante tal facto, a empresa adjudicou, em princípios de 1980, a uma firma da especialidade a elaboração de novo estudo hidrológico.
São decorridas três épocas termais sem que as condições se tenham alterado, pois o saneamento básico continua por fazer, a protecção do ambiente não leva em linha de conta as medidas tendentes a evitar qualquer agente poluidor – como o desenvolvimento industrial, a agro-pecuária que o proprietário explora nas proximidades e a matéria orgânica que se infiltra com as águas superficiais, que vão inquinando as nascentes.
[…] Conseguiu-se, porém, em 27 de Julho de 1979, que a administração da empresa reconhecesse a sua impossibilidade humana e material para alterar a situação, concordando, em princípio, que a Câmara Municipal de Guimarães rescindisse o contrato de arrendamento e exploração, assumindo em pleno a sua actividade de concessionária, passando a fazer a exploração directa, […] Infelizmente o concessionário não honrou a palavra dada, negando-se mais tarde a cumprir o acordo a que em princípio se vinculara.
Se analisarmos o que representavam as Termas das Caldas das Taipas no princípio do século e compararmos com os nossos dias, verifica-se que nessa altura havia três hotéis, que ultrapassam, na globalidade, mais de 100 quartos, e hoje não funciona nenhum, nem pensões, nem casas particulares devidamente apetrechadas, nem um cinema, nem nada.
E agora?... Resta apenas um ergástulo, onde vive o explorador das águas, e nada mais.
Perante este quadro desolador, quase que somos forçados a pedir perdão em nome de quem inconscientemente não pode, não sabe e não quer respeitar, pelo menos, o nome de quem tornou imortais umas termas a que ficaram ligados testemunhos de Camilo Castelo Branco, Ramalho Ortigão, Gomes Monteiro, Martins Sarmento, Santana Dionísio, Sousa Costa, Alfredo Fernandes e o taipense, pelo coração, o saudoso Ferreira de Castro. Isto, para não falar no grande impulsionador, José Rosas Guimarães, que, ao ver finar-se o seu tesouro, lhe definham os últimos anos da sua vida.
Perante tudo isto só nos resta dizer: basta, basta, Sr. Concessionário, já chega!
[…] Daqui desta Tribuna, fazemos uma recomendação ao Governo, e em especial, aos serviços de saúde, para que ponham cobro a esta incrível situação.
Daqui desta Tribuna pedimos que se reabram as Termas das Caldas das Taipas, porque águas doentes não dão saúde a ninguém.
Daqui desta Tribuna sugerimos que se entregue este bem público à autarquia local, pois só ela as pode recuperar e desenvolver, porque ela não tem, obviamente, no lucro o seu objectivo."

Em 1984 a câmara recupera para a sua gestão a exploração das termas, formou-se então uma cooperativa “municipal”, a Taipas – Turitermas, onde participam, além da câmara, a junta de freguesia, a Enatur e alguns privados. As termas reabriram completamente remodeladas em 1996, estando associadas a um Centro de Recuperação Motora por Fisioterapia, o que permite a sua abertura ao longo de todo o ano.

Em 2004 abriu a ampliação do Hotel das Termas, sendo renovado o antigo hotel. Em 2005 a aposta da administração da Empresa é no Turismo de Saúde, o chamado spa, a concretizar num novo pavilhão a construir junto do edifício termal.

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Alojamentos

Hotel das Termas, Hotel das Taipas e Pensão Vilas.

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Recortes

JN – 4/8/04 (Liliana Costa) – Termas das Taipas querem criar um SPA – Termas das Taipas recebem, anualmente cerca de 1600 aquistas. Destaque: Águas curam doenças de pele e respiratórias.
JN- 6/1/01 (Armindo Cachada) - Ave alagou termas das Taipas

JN- 3/9/00 (Fernando Seixas) Termas de Portugal – Caldas das Taipas com força para o futuro – Estância das margens do rio Ave, no município de Guimarães, moderniza as suas instalações e cria valências modernas

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Bibliografia

Acciaiuoli: 1936; 1937; 1940; 1941; 1942; 1944; 1947;1948a;  1948b; 1949-50; 1953. Almeida 1988, Alves 1955, Calado 1995, Caldas 1854, Choffat 1898, Contreiras 1951, Correia 1922, Fernandes 1912, Fernandes 1920, Fernandes 1936, Lopes 1892, Lourenço 1867, Mangorrinha 2002, Marques 2002, Martins 1994, Reis 1779, Sarzedas 1903, Sarzedas 1907, Tavares 1810, Águas e Termas Portuguesas 1918, Anuário Médico-hidrológico de Portugal 1963, Estatutos da Empresa Termal das Taipas 1934, Lista dos accionistas para a Assembleia Geral Ordinária 1959, Relatório e contas da direcção e parecer do conselho fiscal 1936, Lista dos accionistas para a Assembleia Geral Ordinária1960.

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Dados gerais

Distrito
Braga

Concelho
Guimarães

Freguesia
Caldelas       

Povoação/Lugar
Caldas das Taipas  

Localização
A 7 km da cidade de Guimarães  

Província hidromineral
B / Bacia hidrográfica do Rio Ave       

Zona geológica
Maciço Hespérico – Zona Centro-Ibérica

Fundo geológico (factor geo.)
Rochas magmáticas (ácidas e intermediárias), granitóides e afins   

Dureza águas subterrâneas
0 a 50 mg/l CaCO3

Concessionária

Taipas - Turitermas, CIPRL (Cooperativa de Interesse Público de Responsabilidade Limitada), empresa municipal.

Telefone
253577898

Fax
253577898

Morada
Largo das Termas, 4800-360 Caldas das Taipas

E-mail / site

n.d.

 

 


O antigo Hotel das Termas em primeiro plano e o novo Hotel ao fundo



Os Banhos Velhos construídos sobre os banhos romanos



O interior dos banhos velhos



A fonte do Leão



Os banhos velhos na década de 1940
(In Acciauoli,1944)