Tipo de exploração:
água para ingestão
Natureza da água:
Cloretada
Indicações:
Dermatoses e reumatismo
[Capela de São João, a porta do lado direito dá acesso à nascente]
Época termal
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Gota, reumático e doenças de pele (popular)
“Esta composição química não afirma nem desmente as indicações referidas no Aquilégio mas levanta o curioso problema da possível diminuta incidência do protatismo nos homens da aldeia” (Almeida, 1970)
A proprietária do café defronte da igreja matriz, confirmou as qualidades da água no tratamento de doenças de pele e reumático, a que recorre a população da freguesia.
Tratamentos/ caracterização de utentes
Antigamente só abria nas noites de S.João e de S. Lourenço para ritos com a água: oblações, lavagens e banhos. Actualmente encontra-se sempre aberta, não tão limpa como devia estar, mas já ninguém toma banho no local, transporta-se a água para casa onde aquecida serve aos banhos terapêuticos.
Instalações/ património construído e ambiental
A fonte encontra-se no interior de uma edifício anexo à capela, todo o conjunto apresenta uma traça do séc. XVIII e XIX, reformas feitas a um templo bem mais antigo, mas a reforma exterior não denúncia nenhum elemento anterior ao séc. XVIII, o seu interior não foi visitado. O anexo da nascente tem a forma rectangular (2,5x3m), no seu interior um banco tosco corrido em pedra ocupa uma parede lateral e de fundo. Na parede encostada ao templo, abre para dentro deste com uma profundidade de 2m, a arca da água, formada em arco de volta perfeita aberto para a sala dos bancos, sendo este conjunto a parte mais antiga da edificação que poderá remontar à época medieval. A água emerge do rochedo de fundo, formando um tanque de mergulho com cerca de 60cm de profundidade.
Natureza
Grupo das Cloretadas, com pH sempre ácido, Alcalino –sódico – cálcica, hipossalina, hipotermal. (Almeida, 1970)
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No Aquilégio (1726) depois de descrever a capela, passa à descrição da nascente: “está numa casa fechada, e somente se abre na noite do mesmo Santo, e na de S.Lourenço; nas quais é tão numeroso o concurso de gente de ambos os sexos, que de várias partes acodem a lavar-se, e a tomar banho nela, que se faz precisa a assistência da Justiça da dita Vila, naquelas noites, por evitar em tamanho tumulto alguma desordem. E tem se visto efeitos admiráveis com banhos desta água naquelas noites em todo o genéro de chagas, em convulsões, e tolhimento de nervos, e de juntas; e em gota artética. Serão milagres do Santos mas fazem por meio desta água.”
Almeida (1970) acrescenta: “ com o decorrer do tempo a frequência foi diminuindo e hoje apenas resta na memória dos velhos a tradição terapêutica.”
A tradição terapêutica pareceu-me ainda viva, assim como a sacra, adulações no dia da Festa de S. João, conforme a conversa tida no café. Quanto aos festejos no São Lourenço já não se efectuam. As festas do S.João são muito concorridas, na tanto como as Festas da aldeia com a sua tradicional procissão de visita da Senhora do Castelo à Matriz
Só no Vimioso com duas residenciais e um hotel Rural.
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Almeida 1970, Henriques 1726
Freguesia
Algoso
Povoação/Lugar
Capela S. João
Localização
Na sede de freguesia anexa à capela de S. João
Província hidromineral
B / Bacia hidrográfica do Rio Douro
Zona geológica
Maciço Hespérico – na linha de divisão entre a Zona Centro ibérica e a sub-zona Galiza média e Trás-os-Montes
Fundo geológico (factor geo.)
Rochas metamórficas (Xistos)
Dureza águas subterrâneas
0 e 50 mg/l CaCO3
Concessionária
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Telefone
n.d.
Fax
n.d.
Morada
n.d.
E-mail / site
n.d.
“Das termas aos "spas": reconfigurações de uma prática terapêutica”
Projecto POCTI/ ANT/47274/2002 - Centro de Estudos de Antropologia Social e Instituto de Ciências Sociais