AVISO: A informação disponibilizada neste site tem como data de referência o ano 2002 e pode encontrar-se desactualizada.


[Ruínas da Fadagosa (foto Leonor Areal)]

 

Época termal
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Indicações

Reumatismo

“Sempre ouvi dizer que para o reumático não havia melhor que isto.” (informante)

Tratamentos/ caracterização de utentes

Hoje já não são utilizadas, mas os tratamentos sempre foram por banhos de imersão, com água aquecida a fogo de lenha.

 

Instalações/ património construído e ambiental

Dos balneários descritos por Acciaiuoli restam ruínas no meio de silvados. Um pouco a montante, uma construção ainda de pé é o que resta do último balneário. Funcionou até há cerca de 5 ou 6 anos, explorado por umas senhoras da aldeia das Pracanas. Mas já nessa altura só servia a uns aquistas da Sertã que tinham o hábito de aqui fazer a sua estadia anual.
A emergência de água localiza-se na várzea da margem da ribeira, em terrenos de aluvião. A cerca de 20 m das ruínas dos balneários, uma grande laje de cimento movível cobre um poço de secção quadrada.

Noutros poços abertos em fazendas ao longo da ribeira têm surgido o mesmo tipo de águas, ou misturadas com as águas da ribeira:  "Isto está estudado, quer seja para ali ou para li, já não se apanha a água, isto é uma linha que passa, para cima ou para baixo já não são iguais, ali em cima também nasce uma água mas já não é da mesma. Nesta linha todos têm, aquele ali ao fundo é meu, ali o campo a seguir é de uma que está na América, ainda apanha desta água, mas quando a ribeira está a correr já não fica pura como esta aqui, esta é que para banhos. (informante).

 

Natureza

Sulfúrea sódica (Calado, 1992)    

 

Alvará de concessão

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Historial

É curto o parágrafo sobre esta nascente em Águas e Termas (1918: 39): “No concelho de Proença-a-Nova, à distância de 15 kilometros da vila, há uma nascente de águas sulfurosas, na chamada Ribeira de Pracana, as quais, não obstante a dificuldade de comunicações, são bastante concorridas, graças aos resultados obtidos.”      
Acciaiuoli (1944,V) enumerou-a na listagem de nascentes do quinto volume de "História e Bibliografia" e  informa-nos que ao tempo existiam “dois balneários muito primitivos”, um pertencente a António Farinha e outro de Manuel Luís de Almeida. Sobre estes  proprietários, António Dias Marques, residente na zona, desconhecia o primeiro. Quanto a segundo: "Esse senhor Luís de Almeida já morreu, agora só há netos, Vivem em Proença-a-Nova".
Dias (1951) cita Acciaiuoli e nada acrescenta sobre a nascente.
Os dois balneários são hoje ruínas e deverão ter sido abandonados no início da década de 1950. Depois disso, segundo o mesmo informante, “houve um senhor rico ali do Carvoeiro mais um doutor do Mação que compraram isto, para fazer aqui umas coisas grandes, umas termas, mas depois parece que a água era pouca, só dava para 80 banhos por dia. Então aquele dali [Carvoeiro] era muito rico mas não tinha filhos, o doutor também  a vida dele era outra,  acabaram por vender a um senhor que se chama Lopes que é o dono do poço.”
Embora já sem os balneários em funcionamento, os banhos continuaram a ser fornecidos por duas senhoras da povoação vizinha da Pracanas, num terceiro edifício, onde se alojavam também os aquistas. Estes utilizadores da água eram, pelo menos nos últimos anos de funcionamento, grupos familiares oriundos da Sertã, que faziam a sua temporada anual de tratamentos com esta água: "Essas senhoras deram banhos até há 5 ou 6 anos atrás. Essas pessoas que vinham cá, estavam comprometidas, falavam com elas e lá ficavam, comprometiam-se a vir todas as manhãs aquecer a água para os banhos. As pessoas pagavam, dormiam naquela casa, ficavam uns tantos dias… Não sei, 10 ou 12 dias… Sempre ouvi dizer que para o reumático não havia melhor que isto".
Ainda segundo o mesmo informante, a decadência da utilização destas águas deve-se ao ressurgimento da Fadagosa de Mação, reconstruída na década de 50: “As pessoas começaram a ir ali para umas perto de Mação, na ribeira, essas estão muito organizadas, essas ainda estão a trabalhar”. (informante).

Actualmente só muito raramente se vem recolher água para banhos ao domicílio.

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Alojamentos

Os alojamentos eram em pequenos casebres, hoje só restam ruínas, junto dos balneários.  

"Quando eu era pequenote já isto existia, todas estas casas (ruínas), eram para as pessoas estar, qualquer abrigo dava, palheiros, era muita gente que vinha aí." (informante).

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Recortes

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Bibliografia

 Acciaiuoli 1940,Acciaiuoli 1944, Acciaiuoli 1949-50, Dias 1951, Calado1995.Águas e Termas Portuguesas 1918.

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Dados gerais

Distrito
CasteloBranco

Concelho
Proença-a-Nova

Freguesia
Proença-a-Nova       

Povoação/Lugar
Bairrada do Pereiro 

Localização
Na  margem direita da Ribeira da Pracana, uns 500 m a montante da povoação de Pracanas, que se localiza na margem oposta à da emergência. Estrada municipal alcatroada até Pracanas, passando por Bairrada do Pereiro; passa-se a vau a ribeira, seguindo o caminho para montante.  

Província hidromineral
B / Bacia hidrográfica do Rio Tejo      

Zona geológica
Maciço Hespérico – Zona Centro-Ibérica

Fundo geológico (factor geo.)
Rochas metamórficas (xistos)   

Dureza águas subterrâneas
0 a 50 mg/l de CaCO3

Concessionária

Uso popular - abandonadas

Telefone
n.d.

Fax
n.d.

Morada
n.d.

E-mail / site

n.d.

 

 


O lugar de Pracanas visto do local dos antigos banhos (foto Leonor Areal)




O Sr. António Dias Marques, nosso guia mostra a laje que cobre o poço da nascente