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[O poço da nascente e a captação municipal desactivada]

 

Época termal
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Indicações

- Houve muita gente que vinha cá curar essa doença de pele, é uma água corrente. Um médico da Carapinheira, que está agora em Coimbra o Zé Manuel Nogueira que foi presidente da Câmara, o pai dele era médico, o Dr. Horácio, o senhor não conhece o Dr. Zé Manuel? Foi uma vez lá e ele disse-me, que ele é que devia beber todos dias desta água, que é uma água corrente, nasce e corre não tem depósitos … É uma água desnatada, dá sangue, como diz o médico (José Constantim)

Tratamentos/ caracterização de utentes

- Olhe eu nasci nesta quinta do Dr. Mendes, tenho oitenta anos feitos e sempre daqui bebi água, eu bebo pouca água bebo mais água pé, mas a minha patroa só quer água daqui. Já fui a Gatões mas ela não gosta daquela água, tem de ser desta.

 

Instalações/ património construído e ambiental

- O nascente é ali mesmo onde está o poço, tinha assim uma grande grandeza, dava para 6 ou 7 mulheres lavarem a roupa. A água rompe assim debaixo da terra, e fica ali na prisão. Mas aquilo aterrou as bóias da turbinas, era preciso limpar, a água sempre trás areias, que vão aterrado o poço (José Constantim)
As turbinas referidas são a maquinaria de captação e elevação de água desta central camarária construída ao lado da nascente, actualmente protegida por poço fechado.

A antiga poça dos banhos localizava-se precisamente no local onde se encontra agora esse poço de cerca de 2,5m de diâmetro. Por detrás destas construções e formando uma diagonal com elas, um rochedo calcário forma uma parede de uns 3m de altura

 

Natureza

Não tem nada de sulfúrea, a parte esses períodos em que se apresenta ferrosa, é uma água límpida sem cheiro, muito leve, é tépida, e tem  um caudal sempre constante quer de Inverno quer de Verão. (Eng. Borges – CMMV).    

De manhã é morna e à tarde é fria… Tem piada não tem!   Vá agora compreender isto. Muitos cientistas já andaram para ver isto e não foram capazes. Há vezes sai assim barrenta, nesse dias não se pode beber. Isto é assim é como se fosse uma gruta depois a água vai indo, vai indo, depois à uma barreira que caí e a água fica barrenta, dai por dois ou três dias está boa, a água vai e lava aquilo e depois sai limpa. (José Constantim)

 

Alvará de concessão

Trata-se de um local de captação de água desactivado, dos Serviços Camarários de Montemor-o-Velho

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Historial

Lopes (1892) No sítio denominado de Caldas, brota uma nascente de água sulfúrea termal ultimamente descoberta, em 1850, mas pelos restos arruinados de construção romanas ou árabes, ali encontrados, se conhece ter sido medicalmente aproveitada em tempos remotos “    
A descrição de Águas e Termas de Portugal (1918) acrescenta: “ que o povo faz uso, mas que não se acha ainda regularmente explorada”
Le Portugal Hydrologique et climatique( 1934,III) consideras completamente abandonadas.
Se o local visitado coincide com o atrás descrito, embora não exista nenhum testemunho arqueológico de época romanas ou árabes, várias emendas há a fazer. A primeira coincide com a própria natureza da água, esta não têm nada de sulfúrea, é ao paladar um cloretada bicarbonatada, que nesta região surge sempre vizinha das formações calcárias. Na noticia desta nascente em Águas e Termas de Portugal (1918), não é referido nenhum tipo de balneário, mas subentende-se a existência de um local de banhos, e que estariam completamente abandonadas  em 1934 segundo Le Portugal Hydrologique et climatique
José Constantim, homem de rijos 80 anos nascido e criado na quinta vizinha, também nunca referiu a existência de um balneário, mas sim de uma poça de banhos onde se tomava banhos e se lavava a roupa.
Na década de 70 os Serviços Municipalizados iniciaram a captação desta água para o abastecimento público ao concelho, para a tal, a antiga poça ou tanque foi transformado num poço fechado, ao lado construiu-se a casa das máquinas de bombagem e elevação das águas. Recentemente os Serviços Municipalizados desistiram do aproveitamento desta captação, porque a água periodicamente apresentava-se ferrosa, segundo o Eng. Borges, o que José Constantim considera barro:  Há vezes sai assim barrenta, nesse dias não se pode beber. Isto é assim é como se fosse uma gruta depois a água vai indo, vai indo, depois à uma barreira que caí e a água fica barrenta, dai por dois ou três dias está boa, a água vai e lava aquilo e depois sai limpa.

Os dois informantes contactados no local referiram um projecto camarário de construção de um tanque: “Tanto que está previsto a Câmara cá vir, já cá vieram para deitar isto abaixo e fazer um tanque novamente. Só que a câmara não está disposta a estragar isto, porque de hoje para amanhã a água pode ser aprovada na mesma e já esta isto montado. Vão é ali naquele bocado fazer um buraco para o pessoal ter água lavar a roupa e tomar banho

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Alojamentos

Em Montemor: Pensão Residencial Abade João e aluguer de quartos no café da praça

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Recortes

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Bibliografia

Acciaiuoli 1944, Contreiras 1937, Lopes 1892, Félix 1877, Águas e Termas de 1918, Le Portugal Hydrologique et climatique, 1930-4

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Dados gerais

Distrito
Coimbra

Concelho
Montemor-o-Velho

Freguesia
Montemor-o-Velho       

Povoação/Lugar
Casal Raposo 

Localização
Na estrada municipal que liga Moinho da Mata à Torre, na povoação de Vale Raposo toma-se a Rua da Fonte Quente, à esquerda da direcção para Torre. A nascente encontra-se a 600m, no fundo do vale, numa curva da estrada junto de uma formação calcária.  

Província hidromineral
A / Bacia hidrográfica do Rio: Mondego      

Zona geológica
Orlas Mezo Cenozoicas

Fundo geológico (factor geo.)
Rochas sedimentares carbonatadas (calcários)    

Dureza águas subterrâneas
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Concessionária

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Telefone
n.d.

Fax
n.d.

Morada
n.d.

E-mail / site

n.d.

 

 


José Constantim vizinho da nascente recolhendo água