AVISO: A informação disponibilizada neste site tem como data de referência o ano 2002 e pode encontrar-se desactualizada.


[Fonte e tanque]

 

Época termal
---

Indicações

---

Tratamentos/ caracterização de utentes

Actualmente não lhe atribuem qualidades nenhumas, os próprios moradores de Claromonte não a utilizam.  

O tanque de água tem sanguessugas, o que vai contra a descrição do Aquilégio. Antigamente colocavam-se aqui bardos que comiam as sanguessugas – segundo informação do proprietário.

 

Instalações/ património construído e ambiental

A Herdade da Claromonte (como a da Bordoeira) é propriedade de Joaquim Pedro Fernandes Pereira Lopes. Claramonte encontra-se na posse da sua  família depois da secularização dos bens da igreja (1834). Pertenceu antes aos frades da Cartuxa de Évora. “Quando eu era novo viviam aqui 30 famílias”, diz o proprietário, homem dos seus 50 anos.
É o típico exemplo da implantação de uma herdade sobre uma villa romana, embora todas as estruturas arquitectónicas principais do núcleo central da herdade sejam dos séculos XVIII e XIX. A orgânica destas construções é de origem romana. A casa dos proprietários, as casas dos trabalhadores e anexos agrícolas desenvolvem-se numa espécie de praça em L, de chão em laje, correspondente a uma enorme rocha a que todas as construções são anexadas.
A nascente encontra-se a cerca de 50 m das construções, na descida para a Ribeira de Tera, que aqui forma uma imensa lezíria artificial, provocada por uma barragem a 100m a jusante da ribeira.
No património construído destaca-se a barragem, onde são assinaláveis as diferentes épocas de construção, do romano à recente poltra que a coroa. A sua construção assenta sobre o que foi outrora uma garganta rochosa do curso de água; a retenção das águas permitiu a sedimentação de terras férteis de aluvião, alimentando ainda um moinho de água com um mecanismo de quatro rodízios, do qual só restam algumas mós.
Embora a construção do moinho seja ao gosto “romântico” de uma pequena capela, corresponde com certeza a uma reforma do século XIX de uma estrutura anterior.
A nascente pertence também a um outro sistema hidráulico, cuja grande arca se deve localizar no interior do afloramento rochoso da zona construída, fazendo parte deste sistema mais três (ou quatro) poços de pequeno diâmetro (70 cm) que pareceram bastante profundos. É de supor que a área de recarga seja o próprio afloramento rochoso, formando assim uma cisterna natural sob o complexo habitacional.

Quanto ao local da nascente, o destaque vai para a construção da mina, em boa e muito antiga alvenaria. Do postigo ao nível do solo vê-se uma câmara de cerca de 4x3 m com uma altura de cerca de 3 m, dos quais 2 m estão abaixo do solo. Na parede de fundo fica a entrada da mina, onde se adivinha uma longa galeria, por onde a água chega a esta câmara, formando uma espécie de tanque de banhos. Daqui é canalizada para um depósito, a uma cota inferior, de onde se retira a água, correndo o excesso para um bebedouro de animais e daí para a Ribeira de Tera.

 

Natureza

Cloro-sulfatada sódica (Contreiras 1937).

Ao paladar não tem qualquer mineralização forte, é uma água “moleirona”, no dizer duma idosa da Bardoeira, que acrescentou que “as águas das terras de barro não são boas”,  preferindo as águas do poço do seu monte. Também o proprietário da herdade não lhe encontrava características especiais; pediu já a sua análise à Universidade de Évora mas não obtivera ainda resultados.

 

Alvará de concessão

---

regressar ao topo da página

 

Historial

É descrita no Aquilégio (p. 212) com o título: “Fonte que mata os peixes: [...] botando peixes vivos, imediatamente lhe saltam os olhos fora e morrem ”. É citada mais por esta curiosidade do que por qualquer qualidade terapêutica.
Esta mesma característica é repetida pelo Dr. Francisco Tavares nas  “Instruções e cautelas práticas sôbre a natureza....” (1810): “Seja como for o facto indubitável que pude averiguar, é a morte dos peixes mais, ou menos brevemente, porem certa. Sabe-se também, que desta água se tem feito alguma vez uso medicinal, mas em que casos e com que utilidade? Mal se pode presumir da frase dos habitantes do país, de que «não consente por muito tempo as pessoas eivadas, porque se acham boas, ou logo morrem em pouco tempo.»”      
Lopes  (1892) atribuiu essa morte súbita dos peixes ao “muito acido carbónico” contido nesta água:   “A 4 km da povoação do Vimeiro [...] brota uma nascente de água gasosa, também conhecida pelos nomes de Vimeiro ou Mata-peixe [...] As águas ainda não foram analisadas, mas parecem semelhantes às de Ouguela. Dizem que a sua temperatura é tépida de Inverno e fria de Verão. Não me consta que tenha tido aplicações medicinais dignas de menção.

Esta informações não coincidem com as dadas pelo do proprietário, que se lembra de ver bardos no tanque da nascente para comerem as sanguessugas.

regressar ao topo da página

 

Alojamentos

---

regressar ao topo da página

 


Recortes

---

regressar ao topo da página

 

Bibliografia

Acciaiuoli 1944, Contreiras 1937, Correia 1922, Felix 1877, Henriques 1726,Leal  1875-80, Lopes 1892, Tavares 1810, Le Portugal Hidrologique et Climatique 1930-42

regressar ao topo da página

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Dados gerais

Distrito
Évora

Concelho
Arraiolos

Freguesia
---       

Povoação/Lugar
Herdade de Claromonte 

Localização
Ao km 8 da EN Vimieiro-Pavia, cerca de 300 m depois do desvio para Bardoeira, à esquerda da EN, um estradão à direita entra na herdade da Bardoeira, surgindo depois de cerca de 2 km a Herdade de Claramonte, na margem esquerda da Ribeira de Tera, sobre uma pequena elevação voltada para norte.  

Província hidromineral
A  / Bacia hidrográfica do Rio  Tejo      

Zona geológica
Zona de Ossa-Morena

Fundo geológico (factor geo.)
Rochas metamórficas (xistos) (embora o Monte de Claramonte seja um afloramento granitóide – Obs. no local)   

Dureza águas subterrâneas
300 a 400 (CaCO3 mg/l)

Concessionária

uso popular

Telefone
n.d.

Fax
n.d.

Morada
n.d.

E-mail / site

n.d.

 

 


Interior da mina