Tipo de exploração:
água para ingestão (uso particular)
Natureza da água:
---
Indicações:
digestiva
[A casa da Quinta, vendo o pequeno fontanário que recebe água da nascente]
Época termal
---
São-lhe atribuídas propriedades diuréticas e digestivas. (Almeida, 1962). Um vizinho da quinta tem na sua propriedade uma nascente que considera das mesmas características. Nasce numa antiga mina de nora a cerca de 90 m de distância da nascente da Asneira, actualmente bombeada para sua casa. Este senhor considera essa água digestiva e fresca e é a única que consome.
Tratamentos/ caracterização de utentes
“Ainda há uns trinta anos as pessoas pediam para ir ali, que aquilo é tudo vedado.” (informante).
Actualmente a água serve só para consumo da quinta, para usos domésticos e rega.
Instalações/ património construído e ambiental
A captação é feita por poço pouco profundo, de onde é bombeada para depósito que também alimenta a fonte da Saudade, junto da porta de entrada da casa. Em redor do poço o espaço foi, no final da década de 50, transformado numa zona de lazer, com os seus bancos em pedra e a parreira a sombrear o espaço.
A quinta ostenta a data de 1893 no portão nobre, mas vários elementos arquitectónicos denunciam uma profunda reforma no final da década de 50. Além do já referido arranjo do local da nascente, e da fonte da Saudade, os arruamentos dos jardins, os muros para a estrada, o castelo do jardim, são bem ao gosto dessa década.
Na fonte da Saudade um painel de azulejos com a quadra:
“Fonte da Saudade
A saudade fogo ardente
das ondas apaixonadas.
É um relógio presente
batendo as horas passadas.
(João Neto)”
Natureza
Hipossalina, hipotermal, fracamente radioactiva, 20,5ºC, alcalino-sódica cálcica, pH 6,32 (Almeida, 1962)
---
A notícia mais antiga encontrada é dada por Almeida (1962) que notícia uma análise executada por Herculano de Carvalho, que a considerou semelhante à do Zambujal (Sintra/Rio de Mouro).
Essa mesma análise foi recordada pelo nosso informante: “Eu até tenho uma vaga ideia de terem cá vindo analisar. Mas acho que aquilo, o caudal, não dava para explorar, acho que isso ficou assim sem dar, parece que aquilo não dava para explorar.”
A crer nas suas palavras essa análise tinha como objectivo a posterior exploração para engarrafamento de água, o que não se veio a concretizar.
Actualmente as proprietárias da Quinta da Asneira, residentes no Porto, têm a propriedade à venda e o acesso à propriedade não é facilitado. Os moradores deste vale têm nas suas propriedades várias nascentes, e pelo menos mais uma com as mesmas características:
“A que tenho aqui deve ser da mesma água, olhe aquela é ali e a minha é aqui [a cerca de 90 m], é a mesma coisa. É uma nascente natural, é como aquelas minas antigas que havia junto às noras, aquela é a mesma coisa, está um bocado modificada, foi arranjada, agora tem lá bombas. Aqui esta zona tem muita água, é um local de nascentes que aqui está. Eu tenho ali uma chacra cheia de água que dá para regar isto tudo, esvazia e ao dia seguinte está outra vez cheia. É também nascente, que vem por baixo. Este Verão [de 2005] nada deixou aqui de correr.”
Em Montemor-o-Novo
---
Almeida, 1962
Freguesia
N.ª Sr.ª do Bispo
Povoação/Lugar
Quinta da Asneira
Localização
A Quinta da Asneira/Fonte Gião situa-se a 1,7 km de Montemor-o-Novo, na estrada para o Lavre, sobre a direita numa descida da estrada, cerca de 300 m antes da bifurcação para a auto-estrada.
Província hidromineral
---
Zona geológica
Maciço Hespérico - Zona Ossa-Morena
Fundo geológico (factor geo.)
Rochas sedimentares (xistos)
Dureza águas subterrâneas
200 a 300mg/l de CaCO3
Concessionária
Uso particular
Telefone
n.d.
Fax
n.d.
Morada
n.d.
E-mail / site
n.d.
“Das termas aos "spas": reconfigurações de uma prática terapêutica”
Projecto POCTI/ ANT/47274/2002 - Centro de Estudos de Antropologia Social e Instituto de Ciências Sociais