AVISO: A informação disponibilizada neste site tem como data de referência o ano 2002 e pode encontrar-se desactualizada.


[Um dos tanques desactivados]

 

Época termal
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Indicações

Reumatismo, dermatose e doenças hepáticas.

Tratamentos/ caracterização de utentes

Embora não seja já muito utilizada, há no entanto marcas de uso, como a caiação recente de um dos banhos ou tanque e o seu funcionamento.

 

Instalações/ património construído e ambiental

Um conjunto de casas onde os aquistas se alojam, construídas em correnteza, das quais as duas primeiras (do lado dos banhos), formam um corpo de maior altura, seguindo-se seis casas em plano mais baixo, das quais as últimas duas se encontram arruinadas. Arruinado está também o estábulo onde se guardavam os burros e outros animais de transporte. Uma destas casas deveria corresponder ao pequeno tasco que até há cerca de 15 anos se encontrava em funcionamento. Há ainda um forno de pão em razoável estado de conservação. Sobre as nascentes do reumático encontra-se casas para banhos, a primeira com vestíbulo e tanque em tijoleira abaixo do solo (à maneira romana), de forma rectangular de cerca de 1,5x1 m, com profundidade de 1,60 m, para onde brota a água morna. A segunda nascente tem dois tanques também em tijoleira, de forma semi-circular de dimensões semelhantes, mas está desactivada. A nascente do “Fígado” encontra-se defronte da hospedaria, corre por duas pequenas bicas e é de menor caudal que as outras duas. A informante de Fornalha falou de uma outra nascente para jusante do Barranco, a Fonte das Chagas, que não foi encontrada pois o mato é denso e impenetrável. Os tanques de banhos são em tijoleira rectangular bastante irregular, o que denota um fabrico artesanal. O conjunto dos balneários parece ser de construção bastante anterior ao da hospedaria, possivelmente do início do século XIX, enquanto a parte de hospedaria será já do século XX.

 

Natureza

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Alvará de concessão

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Historial

Fonte Santa
O sítio da fonte Santa: Local famoso pelas suas águas e historicamente conhecido aquando das visitas de D. Sancho II (séc. XIII) e D. João I (séc. XIV), reis de Portugal, que aí se deslocaram para tratamento termal.
A Fonte Santa é propriedade da firma M. Propriedades Lda. que começou uma campanha de angariação de fundos para a reconstrução e conservação destas termas e proporcionar a todos os que procuram tratamento com as suas águas maiores facilidades e conforto.
As contribuições deverão ser endereçadas para Sr. Vítor Rodrigues, Laranjeira, 8550 Monchique, Tel. (082) -445644, responsável pela manutenção e conservação da Fonte Santa.
É Favor não deitar lixo” (segue versões em inglês e alemão)

A folha avulsa com este texto circulou na região de Monchique no ano de 2003 e é da autoria dos proprietários dos banhos. Quanto às presenças reais referidas, elas parecem pouco prováveis, pois a primeira notícia que temos a descoberta desta nascente é do séc. XVIII, relatada por Monteiro da Fonseca: “Em Julho de 1788, uma mulher pôs o pé num lugar onde estava água quente; um filho de 11 anos foi ao local, encontrou a água a nascer debaixo de uma pedra e, chamando o mais velho, este indicou ao outro para lavar as chagas que aquele tinha nas pernas, e, assim fazendo, melhorou rápido.” (cit. por Acciauoli, 1944, II: 94). Este atributo cicatrizante foi também referenciado por uma senhora moradora na Fornalha: “A minha filha, tinha os seus três anos, teve umas feridas atrás da orelhas e no pescoço que nunca mais fechavam, fomos lá fazer a lavagem com a água, e cicatrizou logo e nunca mais teve esse problema”. Esta mesma informante relatou outras curas, como uma “senhora que já não conseguia andar, teve de ir para lá de cadeirinha, ao fim de 4 dias de banhos saiu de lá já a andar”. Ramos (1839) fez uma descrição da Fonte de Águas Termais do “sítio chamado vulgarmente de Águas Quentes”, relatando a existência de duas nascentes. (cit. por Acciauoli, 1944, II: 132). Na Corografia do Algarve (1841), Baptista Lopes referiu o abandono e desconhecimento em que estas águas se encontravam: “No da Fornalha a 1 légua, ainda há outra semelhante, porem quente: ambas estão em perfeito abandono; e por poucas pessoas são conhecidas as suas virtudes.” Em 1885 um relatório do Governo Civil de Faro relata a existência de um edifício com sete casa de pedra e barro para alojamento dos doentes. Alfredo Lopes em 1892 refere estas águas “com dois tanques para quatro pessoas cada e seis quartos de alojamento dos doentes, que pela hospedagem e banho pagam apenas 80 réis por dia”. Almeida (1966) descreve-as: “Neste barranco, que faz leito à Ribeira da Fonte Santa, há um pequeno agregado de casas onde os doentes se juntam, no verão para tratamento, na mais deplorável promiscuidade e em inacreditáveis condições de falta de asseio”. A sua frequência deveria ser da zona serrana algarvia, segundo a informante da Fornalha: “Vinha gente de muito longe, de Santana da Serra e São Marcos, vinham de carros, depois aqui, as pessoas alugavam burricos que os levavam até lá”. Estas águas perderam a sua frequência há cerca de 15 anos, mas são ainda frequentadas por raros aquistas que contactam o Senhor Vítor Rodrigues, proprietário do local e que conserva utilizável um dos tanques de banho e algumas das casas para hospedagem.

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Alojamentos

As 8 casas que serviam para alojamento dos banhistas, com excepção das duas arruinadas, têm em cada uma uma mesa, arca e camas de estrado, sobre as quais foram colocados colchões de esponja. Também denotando uma utilização frequente, encontrava-se na primeira casa, sacos com restos de comidas e roupas velhas.

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Recortes

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Bibliografia

Acciauoli 1944, Almeida 1966, Bonnet 1850, Calado 1995, Carvalho 1920, Contreiras 1937, Correia 1922, Fonseca 1788, Félix 1877, Lopes 1892, Lopes 1988, Narciso 1920, Ramos 1839, Roquette 1930-42

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Dados gerais

Distrito
Faro

Concelho
Monchique

Freguesia
Alferce       

Povoação/Lugar
Fornalha 

Localização
Na estrada de Monchique para Alferce, toma-se antes desta freguesia uma estrada à direita para a Fornalha e Monchicão. Depois da Fornalha a estrada desce até ao vale da Ribeira de Odelouca. Antes da povoação de Cortes, tomar o estradão para a barragem de Odelouca; depois da ponte sobre a ribeira tomar um caminho paralelo à ribeira, na margem esquerda, e continuar sempre neste caminho até ao final, depois de três passagens a vau da ribeira. Aqui toma-se o atalho em subida que leva pela margem do barranco da Água Quente. As instalações termais estão no alto, a cerca de 800 m depois da ribeira de Odelouca.   

Província hidromineral
A / Bacia hidrográfica do Rio Arade      

Zona geológica
Maciço Hespérico – zona sul portuguesa

Fundo geológico (factor geo.)
Maciço subvulcânico de Monchique. Meio fissurado, alta permeabilidade   

Dureza águas subterrâneas
100 a 300 mg/l CaCO3

Concessionária

Uso popular

Telefone
n.d.

Fax
n.d.

Morada
n.d.

E-mail / site

n.d.

 

 


O tanque ainda utilizado

Os quartos para os aquistas



Entrada para o banho