Tipo de exploração:
Termas populares
Natureza da água:
Bicarbonatada sódica
Indicações:
Doenças músculo-esqueléticas e dermatoses
[s/ legenda]
Época termal
Os meses de Julho e Agosto são os mais utilizados para banhos
Reumatismos e doenças de pele, aparelho digestivo.
Tratamentos/ caracterização de utentes
Durante todo o ano vem-se aqui buscar água “pois é muito boa para a digestão”.
Instalações/ património construído e ambiental
Banhos rudimentares, de duas tinas. Foram recentemente restaurados e continuam a ser duas cabines com banheiras simples, com porta fechada à chave. A nascente de água encontra-se a 5 m do balneário, protegida por uma simples construção cúbica, com uma bica num dos lados. Daí a água corre para um pequeno tanque com pedras para lavagem de roupa e deste para o ribeiro.
Natureza
Hipossalina, bicarbonatada sódica, alcalino-sódica, mesotermal (28º)
A conservação do local é feita pela Junta de Freguesia de Alferce
“No sítio da Malhada Quente a meia légua de Monchique, há outra nascente de água quase fria, bastante medicinal, sobretudo para chagas; e no da Fornalha, a 1 légua, ainda há outra semelhante, porém quente: ambas estão em perfeito abandono; e por poucas pessoas são conhecidas as suas virtudes.” (Lopes, 1841) É também citada por Bonnet (1850) na sua “Mémoire sur le Royaume de l’Algarve”. Alfredo Luís Lopes (1892) noticia por informação de terceiros a existência de três nascentes termais na freguesia de Alferce, a Fonte Santa de Alferce (p. 114), a da Fornalha (p. 245) e a da Malhada Quente (p. 290). Classificou a água da Fonte Santa de Alferce como “termal sulfúrea” onde são dados banhos em “modestíssimos casebres ou cabanas com péssimas tinas, para a qual corre encanada a água termal”. Quanto à da Malhada Quente, considerou-a igual à das Caldas de Monchique, “a cuja mesma tralha parecem pertencer. É usada por doentes pobres no tratamento de doenças cutâneas e reumáticas.” A confusão do autor em relação a estas duas nascentes é total mas já as referências à Fornalha são mais coincidentes com a realidade, como se poderá ver na descrição desta nascente. Acciauoli (1944, V: 22) cita Lopes e os mesmos erros. Almeida (1966), descreve os banhos: “Uma casa tosca onde a água corre por várias bicas de que os doentes se vão servindo como da sua ideia melhor entende. Apesar da água nascer a 28º, há uma caldeira ao lado da casa-balneário, que serve para aquecer os banhos para os doentes reumáticos que assim o exigem”. O local pouco mudou depois da visita de Amaro de Almeida, na década de 60. Recentemente a junta de freguesia recuperou a “casa-balneário”, composta por dois quartos com uma banheira cada, e sobre a nascente foi construída uma cabine de protecção.
O “casal próximo aluga quartos” descrito por Almeida (1966) está actualmente em ruínas. Alojamentos só em Monchique.
---
Acciauoli 1944, Almeida 1966, Bonnet 1850, Calado 1995, Carvalho 1920, Contreiras 1937, Correia 1922, Félix 1877, Lopes 1892, Lopes 1988, Narciso 1920, Roquette 1888, Le Portugal Hydrologique et climatique 1930-42
Freguesia
Alferce
Povoação/Lugar
Malhada Quente
Localização
Na estrada para Alferce, a 4 km de Monchique, toma-se uma estrada municipal à esquerda, assinalada com a placa Fonte Santa; a cerca de 1 km encontra-se o estacionamento, e daí segue-se por um carreiro (200 m) até ao pequeno vale onde se encontra a nascente.
Província hidromineral
A / Bacia hidrográfica do Rio Arade
Zona geológica
Maciço Hespérico – Zona sul portuguesa
Fundo geológico (factor geo.)
Maciço subvulcânico de Monchique. Meio fissurado, alta permeabilidade.
Dureza águas subterrâneas
100 a 300 mg/l CaCO3
Concessionária
Uso popular
Telefone
n.d.
Fax
n.d.
Morada
n.d.
E-mail / site
n.d.
“Das termas aos "spas": reconfigurações de uma prática terapêutica”
Projecto POCTI/ ANT/47274/2002 - Centro de Estudos de Antropologia Social e Instituto de Ciências Sociais