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[O tanque da Fonte Santa]

 

Época termal
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Indicações

Reumatismo e doenças de pele e afecções digestivas (Almeida, 66/I,71)

Tratamentos/ caracterização de utentes

“Os doentes improvisam barracas e mergulham-se na poça meio vestidos, parecendo o local, a certas horas, um pitoresco e colorido arraial” (Almeida, 1966,71).

Actualmente esta água é pouco utilizada, por a considerarem inquinada, mas esta inquinação será mais das mentalidades que de algum agente exterior. “Já não vem ninguém buscar água, dizem que está inquinada. Os únicos que vem aí são os ciganos, mas isso é uma gente suja, deixam isso tudo sujo.” Mais de uma vez tive ocasião de ver que o local está razoavelmente limpo, a coisa “mais suja “ que se vê são os grafitos desenhados sobre os azulejos, e estes não foram os ciganos que os fizeram.

 

Instalações/ património construído e ambiental

“As águas emergem das areias argilosas do pliocénico em numerosos bolhões que, no conjunto, formam um imenso caudal de que as mulheres do povo se servem para lavar roupa.” (Almeida 1966/I,71). Esta zona de emergência das águas é hoje um rectângulo de 10x15 metros, cercado por um murete baixo, e coberto a brita, em volta do qual crescem papiros, plátanos pequenos e uma velha alfarrobeira. Esta brita filtra a água que é conduzida para o tanque por “osmose”. Na água deste tanque crescem uns curiosos limbos com aspecto de grandes lesmas. Na cabeceira do tanque há um painel de azulejos com a inscrição “Restaurada pela Junta de Freguesia – ano de 1969”. As figuras representam três meninos na água e por cima um Cristo abençoando. Na parede lateral há outro painel de azulejos policromado, que deverá ser de data posterior e tem a inscrição “Águas mineromedicinais – Faça um bom uso delas, conserve-as limpas”.

As figuras representam o que não se deve fazer: não trazer animais (um burro, cão e galo à beira do tanque, traçados com um X); não usar sabonetes (uma mulher dentro de água com estes produto na mão, traçado com X); não usar champô (uma mulher idêntica com champô). No extremo oposto do tanque há três pedras para a lavagem de roupa.

 

Natureza

Hipossalina, cloretada sódica, bicarbonatada cálcica (Acciauoli)

Hipossalina bicarbonatada mista (Almeida, 66/I,71)

    

Alvará de concessão

Teve a primeira concessão em 1932, mas nunca se efectivou a sua exploração. O alvará de concessão foi publicado no DG nº 116, 2ª série, de 20/5/1932

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Historial

Ataíde de Oliveira (1905) situa-as ao sul da Freguesia de S. Clemente de Loulé, onde “existe uma copiosa Fonte, chamada Fonte Santa, cujas águas são de maravilhoso efeito para doenças cutâneas, para dores e mais doenças reumáticas”.
No Anuário (1963) a sumária referência a esta nascente termina com uma nota: “A Sotaqua – Soc. de Empreendimentos Turísticos da Quarteira Lda., requereu a aprovação do plano de captações e o projecto do balneário da nascente, fonte Santa, freguesia da Quarteira … (DG nº 24 , III série, pág. 290, de 29 de Janeiro de 1963)”
Almeida (1966) escreve que “são muito antigas as tradições terapêuticas destas águas, não existindo balneários”.

Três anos depois da publicação da obra de Almeida, a Junta de Freguesia construiu o tanque, conforme o painel de azulejos da cabeceira e já descrito. Posterior terá sido a obra de protecção da emergência de água no rectângulo de brita, também descrito, assim como do painel de azulejos policromado, trabalho dos anos 90.

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Alojamentos

Muitos e de todos os tipos em Quarteira

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Recortes

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Bibliografia

Acciauoli: 1936; 1937; 1940; 1940b; 1941;1942; 1944; 1947, Almeida 1966, Brites 1914, Calado 1995, Carvalho 1937, Narciso 1948, Oliveira 1986, Anuário Médico-hidrológico de Portugal 1930-42

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Dados gerais

Distrito
Faro

Concelho
Loulé

Freguesia
Quarteira       

Povoação/Lugar
Fonte Santa 

Localização
A 2 km da praia da Quarteira, na EN de Quarteira para Escanxinhas, junto do restaurante Fonte Santa. A nascente encontra-se à esquerda do terreiro do restaurante, num plano inferior ao da estrada.  

Província hidromineral
A / ribeiras de costa      

Zona geológica
Orlas Meso-Cenozóicas

Fundo geológico (factor geo.)
Areias, cascalheiras, terraços fluviais. Meio poroso, permeabilidade média.   

Dureza águas subterrâneas
400 a 500 mg/l CaCO3

Concessionária

uso popular

Telefone
n.d.

Fax
n.d.

Morada
n.d.

E-mail / site

n.d.

 

 


O painel do restauro de 1969




Zona coberta a saibro, por de trás da fonte, de onde imerge a água mineral