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[A Fonte de Chafurdo]

 

Época termal
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Indicações

Doenças do estômago e anemias (Contreiras 1951)
“ É muito boa para os olhos, eu tive uma doença nos olhos que não parava de chorar, lavei durante vários dias, já não sei quantos, os olhos com aquela água e passou tudo.” (dono do café de Almofala)   Outro informante falou da frescura e de “ser boa para a digestão”, o que não será uma qualidade muito atribuída a águas ferruginosas.

A qualidade terapêutica oftalmológica atribuída a águas ferruginosas foi relatada em Aljustrel, Longroiva (a fonte dos olhos), mas curiosamente nas variadas nascentes desta natureza na serra algarvia nunca foi mencionada esta qualidade.


Tratamentos/ caracterização de utentes

Ingestão e lavagem dos olhos (uso popular)

 

Instalações/ património construído e ambiental

Ao fundo do bosque de “negreiros” (carrascos) encontram-se hortas delimitadas por muros de pedra seca, e num caminho entre estes muros encontra-se a emergência de água. Trata-se de uma fonte de chafurdo protegida por uma pesada laje de granito colocada em plano inclinado, sobre um pequeno poço com cerca de 50x50 cm e profundidade semelhante, no fundo da qual emerge a água.

 

Natureza

Bicarbonatada sódica ferruginosa (Contreiras 1951)    

 

Alvará de concessão

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Historial

Em 1749 a Gazeta de Lisboa noticiava que as qualidades das águas desta nascente eram consideradas pelo Físico Mor do reino superiores às de Spa e que “ o primeiro a observar as suas virtudes foi o Dr. Bernardo Lopes Pinheiro” (cf. Acciaiuoli 1949, I: 54). 
Nos Quesitos do Marquês de Pombal o Abade Manuel José da Costa descreve a nascente: "Tem uma fonte desviada do lugar, para o Nascente, no sítio a que chamam «Vale de Laxára». A água desta fonte é ferrada, e sai de piçarras, ou pedra branda, sem se levantar da terra. Já de tempos antigos, os trabalhadores se abstinham de a beber, por lhes fazer fome. No ano de 1728, o Dr. Bernardo Lopes Pinho, médico na cidade da Guarda, veio observar as águas e declarou ser manancial de mina de aço e por consequência terem particular virtude para todas as pessoas obstruídas, e com febres lentas, produzidas por semelhantes obstruções. Por esta razão, nos anos de 1749 até ao de 1754 concorreram dela muitas pessoas deste reino e do de Castela, e com efeito curou muitos enfermos de várias queixas; porém, destas águas quiseram fazer um total e generalíssimo remédio para todas as enfermidades, daqui veio que muitos se não melhoraram, antes foram piores por abuso e por lhes serem contrárias; do que nasceu perderem em grande parte o crédito e por isso já não são frequentadas, senão por raras pessoas ."
São citadas por Frei Cristóvão dos Reis em 1779 como” sendo superiores às águas Espadanas da Alemanha” (cf. Acciaiuoli 1944, II: 85).
 Também Francisco Tavares as mencionou em 1810, como sendo “de água mui salobra, que contem copia de sais de diversas bases, tais como carbonato, e murinato de soda, sulfato de magnésia com alguma porção ferruginosa ainda que muito leve.”  Lopes (1892) atribuiu-lhe características semelhantes: “É fria, cristalina, inodora, e amarga. No rego por onde corre apresenta por vezes à superfície uma camada floconosa amarelada com aspecto iriado…” 

No entanto, não é referenciada em trabalhos mais recentes, excepto na sumária descrição de Almeida (1975), onde o autor a exclui da classificação de as águas férreas.  Calado (1995) também a menciona. Talvez isto aconteça por serem centenas as nascentes de águas férreas no território português ou por partilharem da opinião do homem que cuidava do seu olival: “Eu nunca bebi dela, mas quando era rapaz ia lá dar de beber às vacas, tinha eu uns 12 ou 13 anos, já tenho 81. Eu não gosto daquela água e só lá ia com as vacas quando não havia outra água…”

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Alojamentos

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Recortes

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Bibliografia

Acciaiuoli 1944,Acciaiuoli  1949-50,Almeida 1975,Brandt 1881,Chernovitz 1878, Contreiras 1937, Contreiras 1951,Correia 1922,Costa 1819,Félix 1877,Lopes 1892, Madail 1895, Leal1875-80, Perdigão 1845, Reis 1779, Tavares 1810, Gazeta de Lisboa 1749,Le Portugal Hidrologique e Climatique 1930-42

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Dados gerais

Distrito
Guarda

Concelho
Figueira de Castelo Rodrigo

Freguesia
Almofala       

Povoação/Lugar
Vale de Laxara, muito próximo da sede de freguesia. 

Localização
Em Almofala toma-se a estrada para Escarico; à saída da freguesia encontra-se o cemitério e uma capela. Segue-se o caminho do lado esquerdo, junto ao muro do cemitério, passando-se o final de uma via-sacra de cruzes em pedra; 80 m adiante vira-se à esquerda antes da passagem a vau de uma linha de água. Cerca de 100 metros adiante, “antes do campo de pão”, surge à esquerda um bosque denso; é no extremo oposto deste bosque, quando ele dá lugar a pequenas hortas muradas, que se encontra a nascente.  

Província hidromineral
B / Bacia hidrográfica do Rio Douro      

Zona geológica
Maciço Hespérico - Zona Centro-Ibérica

Fundo geológico (factor geo.)
Rochas magmáticas (granitóides)   

Dureza águas subterrâneas
0 a 50 mg/l de CaCO3

Concessionária

Uso popular

Telefone
n.d.

Fax
n.d.

Morada
n.d.

E-mail / site

n.d.

 

 


O prado onde se  localiza a fonte