Tipo de exploração:
Água para lavagens
Natureza da água:
Sulfúrea
Indicações:
Doenças músculo-esqueléticas e dermatoses
[A Quinta da Chinchela]
Época termal
---
Reumatismo e doenças de pele
Tratamentos/ caracterização de utentes
“É para doenças de pele que a vêm buscar, para beber não, se o senhor a beber às tantas roteja a ele, sabe mesmo a enxofre. As pessoas aplicam a água em qualquer doença que tenham, já cá tem vindo muita gente. Até de Lisboa já cá vieram.” (proprietário António Cardoso)
Instalações/ património construído e ambiental
Há várias emergências de água desde a nascente da Chinchela para montante do Côa, num espaço de 300 m. Mas a de maior caudal verifica-se na linha de água, que rompe a colina num afloramento granítico: "Nasce fria, quando eu cá tinha as vacas elas gostavam muito daquela água. Daquela nascente até lá acima há muitas nascentes, mas nenhuma com tanta água como aquela. Há outra que também deita bastante água, mas agora nem se vê porque nasce mesmo rés-vés ao Côa, quando é no Verão corre assim um cujo dela, mas logo sai vai para o rio. Mas ali não, só quando o Côa vai grande é que a tapa, a mais de resto está sempre destapada. Por toda aquele barranco nasce água dessa, no Verão é que se vê bem, só que cá em baixo sai mais. Sai daquele lajão, ali rebenta da laje e corre assim para o Côa.” (proprietário António Cardoso).
Entre os salgueiros lá está a forma de tanque triangular “onde até dá para tomar banho”.
A emergência de Abelhão localiza-se defronte desta, na outra margem do Côa, já pertencente ao território de Figueira de Castelo Rodrigo, freguesia do Comeal.
Natureza
Sulfúrea sódica (Almeida 1975)
Uso popular
Proprietário da Quinta - António Cardoso (morador no local)
Em Águas e termas Portuguesas (1918) é mencionada no curto parágrafo sobre as águas de Pinhel.
Almeida (1975) classifica-as como “sulfúrea sódica fortemente mineralizada a sílica e fluoreto. Deve incluir-se nas águas portuguesas mais ricas em flúor”. E informa sobre a sua utilização: ”O antigo Delegado de Saúde, Dr. Rogério Almeida, deu-nos conhecimento de que outrora chegou a ser transportada em anguretas sobre o dorso de mulas e se vendia na cidade e arredores aos doentes que dela necessitavam.”
A mesma informação me foi dada na Quinta Nova, onde parei para me informar do caminho a seguir, junto de um homem na casa dos 70 anos, que comentou. “O meu pai trabalhava em casa de um advogado chamado Joaquim Esteves de Almeida, do Pinhel. Ele ia lá buscar essa dita água em anguretas, sabe o que é uma angureta? É um pipo desleijado próprio para carregar nos albardões, e serviam-se dessa água, não sei se para tomar banho se para beber, mas o meu pai contou-me isso muitas vezes." Este relato coloca o aproveitamento da água em finais da primeira metade do século XX, sendo a única referência que se pode classificar de histórica, já que não existe património construído.
A nascente é referenciada no mapa de Calado (1995), mas a Câmara Municipal ignorava-a, tal como ignorava as outras nascentes do concelho.
Em Pinhel
---
Acciaiuoli 1944, Almeida 1975, Calado 1992 ,Águas e termas Portuguesas 1918
Freguesia
Pinhel
Povoação/Lugar
---
Localização
Na EN Pinhel-Figueira De Castelo Rodrigo, cerca de 1 km antes da ponte sobre o Côa, toma-se um caminho à esquerda, que desce para Quinta da Chinchela, uma quinta de exploração agrícola tradicional. Na margem esquerda do Côa, dentro da quinta, numa linha de água que surge cerca de 50 m para a direita das construções e desce até ao Côa, formando na margem do rio um pequeno tanque natural escavado no afloramento granítico.
Província hidromineral
B / Bacia hidrográfica do Rio Douro
Zona geológica
Maciço Hespérico - Zona Centro Ibérica.
Fundo geológico (factor geo.)
Rochas magmáticas (granitóides)
Dureza águas subterrâneas
0 a 50 mg/l de CaCO3
Concessionária
Uso popular
Telefone
n.d.
Fax
n.d.
Morada
n.d.
E-mail / site
n.d.
“Das termas aos "spas": reconfigurações de uma prática terapêutica”
Projecto POCTI/ ANT/47274/2002 - Centro de Estudos de Antropologia Social e Instituto de Ciências Sociais