AVISO: A informação disponibilizada neste site tem como data de referência o ano 2002 e pode encontrar-se desactualizada.


[legenda]

 

Época termal
26 de Maio até Novembro (folheto de divulgação)

Indicações

Estômago, intestinos, fígado e reumatismo (Contreiras, 1951)

Rino-sinusites; dermatose crónica (psoaríase); Lombalgias por espondilartrose lombar (folheto de divulgação)

Tratamentos/ caracterização de utentes

Director clínico: Dr. Santos Silva (de Caldas de Manteigas, Unhais da Serra, Caldas de Penacova e Águas de Penamacor).
Um enfermeiro dá assistência em todas as manhãs. Técnicos de balneoterapia.
 “Somos 6 auxiliares de balneoterapia, depois temos um operador de máquinas e a recepcionista. Tivemos uma pequena formação em S. Pedro do Sul e mesmo aqui. Quem nos deu a formação foi a Iberotermas. Somos contratadas, esperamos passar a efectivas. O que a gente queria era que isto fosse mesmo para a frente, a gente gosta daquilo que faz, estamos na nossa aldeia. Parecendo que não, isto são uns tantos postos de trabalho, para a nossa aldeia" (auxiliar de balneoterapia)
Em 2001 as termas iniciaram o seu funcionamento numa fase experimental com 50 doentes. Em 2003 o número de aquistas foi da ordem dos 600, sobretudo oriundos dos concelhos em redor de Meda, ou daqui originários mas residentes nas cidades do litoral "Estas pessoas que vêm de mais longe ficam aqui em casa de familiares, tem pessoas da família aqui nas aldeias e ficam lá. Já tivemos 48 pessoas num dia, em princípio podemos receber 50 pessoas por cada torno de 12 tratamentos. Mesmo assim este ano desde do dia 26 de Maio até agora já se fez o atendimento de 600 e tal pessoas."
(auxiliar de balneoterapia)
 Tratamentos: Lombalgias por espondilartrose lombar: hidromassagem; duche de jacto, Bertholett (vapor à coluna) e duche de Vichy. Dermatose crónica (psoaríase): banho de imersão e aerobanho. Rino-sinusite: irrigação nasal, pulverização faríngea; nebulização e aerossol termal (folheto de divulgação).

Preçário (2003): Taxa de inscrição 40 €, tratamento por lombalgias 35 €, rino-sinusite 25€, psoríase 15€ (preço de 12 sessões). (folheto de divulgação).

 

Instalações/ património construído e ambiental

A captação de água é feita por um furo com 213 metros de profundidade, de onde brotam 375 litros/minuto, a uma temperatura de 46º.
 O edifício do balneário é uma construção de finais do século XIX, construída sobre uma estrutura do século XVII. Implantado numa área de cerca de 200 m2, conta com dois pisos. No piso térreo encontra-se o balneário propriamente dito e o 2º piso serve actualmente aos serviços e administração. Este piso servia, antes das recentes obras de renovação, de dormitório para os aquistas.
Almeida (1975) descreve-nos o antigo balneário, que contava com duas secções para os diferentes sexos, onde em cada uma havia duas cabines com duas banheiras cada, e três cabines com banheiras individuais.
No hall de entrada encontra-se a recepção, para a direita, os tratamentos de balneoterapia, com dois vestiários, uma cabine duche de Vichy, duas hidromassagens, um duche de jacto e duas cabines de vapor à coluna. Para a esquerda do hall, temos os sanitários, sala de repouso, consultório médico, enfermaria, tratamentos ORL e uma zona de arrumos.

O edifício tem à sua frente uma pequena praça arborizada, paralela à EN. Por detrás encontra-se o afloramento granítico de onde emergia originalmente a água mineral. No topo sul desta praça há um lavadouro público que trabalha com a água mineral "Esta água é muito boa para lavar, é quentinha, para branquear é muito boa. Há quem beba, mas não muita. Eu quando tenho azia, bebo um bocadinho e passa logo, não é para matar a sede." (mulher no lavadouro)

 

Natureza

Sulfatada magnesiana (Contreiras, 1951) Sulfúrea sódica (34º) (Calado1995)  

   

Alvará de concessão

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Historial

“Há três coisas em Longroiva
que bem empregadas são:
são os sinos e as águas
e a Senhora do Torrão.”
(canto popular)

 “Na vila de Longroiva existem umas caldas que há poucos anos se descobriram de que se valem os doentes ( "Corografia Portuguesa" 1706 ).
No "Aquilégio Medicinal" (1726) está a seguinte a descrição: “Na vila de Longroiva, comarca de Lamego, há umas Caldas de águas sulfurosas, de grande eficácia para os males frios de nervos, juntas, e mais partes nervosas, para a debilidade do estômago, e para acidentes do útero. Em algum tempo havia banhos, que se arruinaram, por falta de rendimento, com que foi finando o concurso que havia a eles; mas ainda hoje usam destas Caldas muitos enfermos com grande utilidade; porque a ruína dos banhos não tirou nem diminuiu à água as suas virtudes” (p. 23)
O conhecimento desta nascente vem muito provavelmente de tempos romanos. Sabe-se que os cavaleiros templários a quem foi doada a vila de Longroiva aproveitavam-se destas águas onde, segundo a tradição, "a rainha Santa Isabel tomou banho, antes de se casar em Trancoso" (auxiliar de balneoterapia), conservando-se uma banheira em granito de forma antropomórfica onde segundo a lenda a rainha se terá banhado.
Nos Quesitos aos Párocos do Marquês de Pombal a nascente é descrita: “Existem uns banhos de água sulfúrea tépida, que são excelentes para várias enfermidades, especialmente «estupores»: concorre muita gente, apesar de destruídas por causa das inundações”.
Estas águas são referenciadas no Almanaque de 1794 (cit. Acciaiuoli, 1944, II: 98) como águas férreas.
Tavares, em 1810, diz que há um balneário, feito às custas das esmolas de N.ªS.ª do Torrão. A mesma confraria fez uma representação às cortes constituintes em 1822, pedindo autorização para construir um edifício. Um parecer positivo foi dado pelos senhores deputados a 25 de Setembro de 1822, a favor dos “juízes e mordomos da confraria do Santíssimo Sacramento da vila de Longroiva” que se proponham a explorar “os banhos sulfúreos daquela vila … fazendo-se uso deles num charco imundo, coberto de ramos, sem roupas algumas, eles [a Confraria] se deliberarão a fazer à sua custa dois banhos muito commodos, um para homens, outro para mulheres“, tendo a confraria direito a cobrar 15 reis por banho, para amortização dos gastos desta construção e pagamento ao banheiro encarregado da sua manutenção.
Em 1840 a Câmara Municipal ampliou o edifício e 1878 erigiu outro com “ seis espaçosos quartos, com 8 tinas de pedra ou azulejo, buvete, salão de espera , passeios,[…] restando ainda muito espaço para aplicações terapêuticas….” (Lopes, 1892).
Ao tempo desta renovação o município de Longroiva fora extinto e incluído no de Meda, que vai explorar o balneário directamente, ou alugando a sua exploração a terceiros. Este modo de exploração parece ter-se alternado por períodos mais ou menos longos e “em 1977 ou 78 a Câmara Municipal cede a exploração do balneário à junta de freguesia. A JF fez uma exploração directa, tinham uma época balnear que ia de Maio a Outubro, salvo erro. As pessoas levavam a sua toalha, muitas levavam o seu sabonete e champô e iam tomar banho, tinham lá um bar… havia uma receita por banho." (Vereador Paulo Amaral)
Em Agosto de 1998 noticiava a Gazeta das Caldas, sobre o título “Novas Termas”, a propósito de Longroiva: “A aldeia histórica de Longroiva, no distrito da Guarda, deve receber, em breve, o apoio da autarquia para a reabilitação das suas termas que, a juntar aos novos acessos rodoviários […] vão dar um novo impulso ao desenvolvimento local e quebrar algum isolamento.” (Mangorrinha, 2002)
Tinha-se então iniciado uma parceria entre a Junta de Freguesia e Câmara Municipal, para a formação de uma empresa municipal dedicada à exploração das águas termais. Nos anos seguintes iniciaram-se as novas captações de água, seguiram-se depois a recuperação dos balneários e em 2002 as termas começaram a trabalhar numa fase experimental, aguardando ainda o seu reconhecimento oficial.
"Já se encontra a concessão da parte do furo, em protocolo assinado aqui com o nosso presidente. Decorre paralelamente o processo com a Direcção Geral da Saúde no sentido de determinar as valências terapêuticas das águas. Estamos já no segundo ano do processo, temos tido aquistas, previstos na área de desenvolvimento do projecto, com a finalidade de serem criadas por despacho as termas de Longroiva. Nós temos um protocolo com a Universidade da Beira Interior para a parte hidrológica. Já fizemos um investimento na ordem dos 100 mil contos lá dentro. Vamos continuar, agora será a computorização do furo. Com o furo passámos a ter água a 48º, agora temos de a arrefecer, dantes estava a 36º era necessário aquecê-la. Todo este processo começou em 1999, foi feito tanto pela Câmara como pela empresa. Está previsto para o próximo ano fazer a motorização dos furos, e um processo geotérmico para aquecimento do balneário. (Vereador Paulo Amaral)
A empresa municipal assinou com a

Para um futuro próximo está projectada a construção de um novo balneário, a implantar na zona em que se localizam os actuais lavadouros, num edifício que ficará paralelo à EN, orçado em 3 milhões de euros e apoiado por fundos comunitários.

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Alojamentos

"Na parte de cima do edifício é a parte de administração. Não há alojamentos, dantes as pessoas ficavam cá, dormiam lá em cima, eram dormitórios. Mas resolveram acabar com isso, e acho que fizeram bem, estamos a trabalhar numa fase experimental, isto foi tudo renovado, dantes estava tudo muito velho, muito antigo, umas banheiras muito velhas. De residenciais ou hotéis só em Meda, não é assim muito longe e hoje toda a gente tem carro." (auxiliar de balneoterapia)
"Quanto ao alojamento, penso que depois de construído o balneário e, digamos assim, criado o pólo de desenvolvimento, dado que Longroiva é considerada uma aldeia do Côa, penso que haverá pessoas, a iniciativa privada, que adaptarão as suas casas para receber os turistas e aquistas. Também não está fora de questão uma parceria público-privado para a criação de uma residencial ou hotel, a fim de preencher esta falha de alojamentos em Longroiva. Não direi que será neste mandato, estamos a dois anos do seu final, mas com certeza no próximo. Mas as pessoas localmente têm todas as vantagens em acreditar no projecto." (Vereador Paulo Amaral)

Não existe nenhum tipo de alojamento na freguesia. O mais próximo localiza-se em Meda, a 7 km), que conta com três pensões.

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Recortes

JN – 2/7/04 (Eduardo Pinto) – Termas de Longroiva já são uma alternativa – Construção do novo balneário avança depois de concluída a legalização. Destaque: Uma nascente de águas purgativas.
JN – 6/11/99 (Maia Caetano) – Termas e turismo animam Longroiva – Este ano, registaram-se seis mil visitas e receitas na ordem dos 80 mil contos

JN – 17/8/99 (Maia Caetano) – População reclama direitos das termas – Presidente da Câmara quer criar uma empresa municipal para gerir o equipamento de Longroiva.

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Bibliografia

Acciaiuoli: 1944,1948; 1949-50.Almeida 1975, Arruda 1898, Baptista 1874-79, Barata 1867, Brandt 1881, Carvalho 1821, Castro 1745, Costa 1706, Chernovitz 1878, Contreiras 1937, Contreiras 1951, Correia 1922, Costa 1819, Cunha 1841, Cunha 1858, Félix 1877, Henriques 1726, Leal 1875-80, Lopes 1892, Mangorrinha 2002, Melo 1899, Mira 1948, Narciso 1920, Perdigão 1845, Rodrigues 2002, Roquete 1888, Silva 1897, Soares 1758, Tavares 1810, Vasconcelos 1845, Águas e Termas Portuguesas 1918, Boletim de Minas 1930-35,  Le Portugal Hidrologique e Climatique, 1930-42

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Dados gerais

Distrito
Guarda

Concelho
Meda

Freguesia
Longroiva       

Povoação/Lugar
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Localização
Junto da ribeira de Piscos, à beira da EN de saída Norte de Longroiva.  

Província hidromineral
B / Bacia hidrográfica do Rio Douro      

Zona geológica
Maciço Hespérico - Zona Centro Ibérica.

Fundo geológico (factor geo.)
Rochas magmáticas (granitóides)   

Dureza águas subterrâneas
0 a 50 mg/l de CaCO3

Concessionária

Águas de Longroiva, EM – Empresa Municipal

Telefone
CM – 279888240/1/2   Balneário – 279849230

Fax
n.d.

Morada
Rua da Corredora - Longroiva – 3430-071 Meda

E-mail / site

termas.longroiva@mail.pt

 

 


O velho lavadouro junto de uma desactivada surgência de água mineral


A banheira onde segundo a tradição a Rainha Santa Isabel tomou banho

As simpáticas funcionárias do balneário


O corredor do balneário



Sala de tratamentos ORL



Lavadouro com água mineral quente