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[Em primeiro plano o lavadouro e ao fundo o edifício dos banhos]

 

Época termal
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Indicações

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Tratamentos/ caracterização de utentes

Não parece utilizada para fins terapêuticos, apenas para lavagem de roupa.

 

Instalações/ património construído e ambiental

A Fonte Quente conserva a edificação descrita por Tavares (1810), sendo seu aspecto exterior de uma mãe de água com duas portas. A cada porta corresponde um tanque de banhos, separados por parede. Este tanque que, segundo Tavares, era “capaz de acomodar escassamente duas pessoas”, deverá ter sido ampliado posteriormente, apresentando actualmente um tamanho superior (cerca de 2x1,70 m). Actualmente a água não corre aí, sendo desviada para o exterior, onde cerca de 10 m abaixo forma um lavadouro coberto por telheiro de lusalite. Ao lado desta construção encontra-se uma outra, obra recente camarária, que deve encerrar uma estação de bombagem de água desta nascente para a rede pública.
Quanto à fonte de águas frias descrita por Tavares (1810) “a vinte passos” da anterior, foi transformada em chafariz, ostentando a data de 1824, mas nas suas bicas já não corre água.

A Fonte de Santa Catarina desapareceu no crescimento urbano, tal como a capela do mesmo nome junto dela. O próprio convento de São Francisco foi transformado na década de 1920 numa fábrica de moagem, conservando do original apenas o templo.

 

Natureza

Termais simples - 26º, mal determinadas (Correia 1922)

Bicarbonatada cálcica – 24º (Calado 1992)

   

Alvará de concessão

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Historial

No Aquilégio (1726) são relacionadas as nascentes Fonte do Arrabalde da Ponte de Leiria (freguesia de Santiago), de água tépida; Fonte de Santa Catarina, junto da ermida desta santa e na cerca do convento de S. Francisco, de água quente sulfúrea; Fonte das Colmeias (p. 102) na freguesia do mesmo nome, de água fria com a curiosa “virtude para provocar às mulheres a purgação mental, no que tem tal eficácia, que continuando a bebe-la, não só experimentam que os meses supressos lhe baixam, senão que duas vezes cada mês lhe acudam com grande afluência”.
Sob o nome “Caldas de Leiria” (p. 49) , Henriques descreve a nascente: “No Rocio da cidade de Leiria brotam na raiz do outeiro de S. Miguel duas fontes, muito chegadas uma à outra, a que o vulgo chama Olho de Pedro, uma das quais é de água fria, outra de água tépida, que passa por minerais de enxofre, e delas se tomaram antigamente banhos, com que se curavam vários achaques, e ainda hoje se acham sinais dos tanques em que se banhavam os enfermos […] E ainda hoje se conserva um tanque na cerca do Convento de S. Francisco, junto de cujo muro esta água nasce, no qual os seus religiosos tomam banho, para achaques cutâneos, a que chamam do fígado, como são impigens, comichões, chagas, e pústulas.
Pela descrição do autor sobre a fonte de Santa Catarina (p. 64) que alimenta o tanque do convento, ficamos a saber que esta água era conduzida para “o Claustro e mais oficinas do Convento, da qual depois de fria bebem os religiosos”.
Também Tavares (1810) menciona estas nascentes: “Ao fim do Rossio, e na baixa do monte de S. Miguel, que fica a norte da cidade de Leiria perto da cerca do convento de S. Francisco, nasce em quantidade de duas telhas de água uma fonte Quente. Está a sua origem dentro de uma casa dividida em duas, cada uma com o seu tanque capaz de acomodar escassamente duas pessoas. As casas são bem reparadas, e correm seus reparos e conservação por conta do Senado da Câmara da Cidade […] Em mui pouca distância até vinte passos desta nasce outra fonte de dois olhos de água fria. Na mesma direcção da primeira, em distância de cerca de duzentos passos, já dentro da cerca dita, há outra fonte, que terá meia telha de água da mesma qualidade, que nasce na altura de vinte e cinco a trinta palmos acima da primeira […] à qual chamam Fonte de Santa Catarina, onde também há um tanque, em que os religiosos tomam banhos […] A fonte do sítio do Arrabalde, se tem alguma diferença da temperatura ordinária das águas de fonte, merece mui pouca contemplação a título de tépida.

Lopes (1892) descreve as nascentes: “Primeira a fonte Quente, próximo do Rocio, ao fim do passeio Público. A sua água é diáfana, cristalina, inodora, insípida, e marca 26º de temperatura […] é recolhida numa casa, dividida em dois compartimentos, com uma tina em cada um.[…] A segunda fonte de Santa Catarina, igual à anterior mas com 25º de temperatura […] a 3ª Fonte dos Covêlos, é também reconhecida pelo nome de Salgadas, é fria, tem cloretado de sódio, e por isso foi antigamente utilizada para a fabricação de sal.

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Alojamentos

Vários hotéis e pensões na cidade

 

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Recortes

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Bibliografia

Acciaiuoli 1944, Acciaiuoli 1949-50, Calado 1995, Correia 1922, Henriques 1726, Lopes 1892, Tavares 1810, Zuquete 1944, Livro do 1º congresso de Actividades do Distrito de Leiria 1944, Le Portugal hidrologique e climatique 1930-42

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Dados gerais

Distrito
Leiria

Concelho
Leiria

Freguesia
Leiria       

Povoação/Lugar
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Localização
Na cidade, na margem direita do rio Lis, num recanto de um enorme terreiro que serve actualmente de parque de estacionamento, encontra-se a Fonte Quente. O local é conhecido como Campo da Fonte Quente, no início da Rua da Comissão de Iniciativa de 1931.  

Província hidromineral
A / Bacia hidrográfica do Rio Lis       

Zona geológica
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Fundo geológico (factor geo.)
Rochas sedimentares (arenitos). Toda a região se encontra sobre o Diapiro da Beira Litoral, que se estende do concelho de Peniche até a sul do concelho de Soure.    

Dureza águas subterrâneas
0 a 50 mg/l CaCO3

Concessionária

Uso popular

Telefone
n.d.

Fax
n.d.

Morada
n.d.

E-mail / site

n.d.

 

 


O edifício dos banhos é composto por dois tanques separados




Enquadramento urbano da fonte Quente