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[A nascente da buvete]

 

Época termal
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Indicações

Dermatoses, catarros crónicos da mucosa intestinal com constipação, enterocolites, muco-membranosas, congestões uterinas e anexias, adenopatias, reumatismo (Correia 1922)
Dispepsias entero-colites átonas, pele e doenças das senhoras ( Contreiras, 1951)
Reumatismo e doenças gastrointestinais (Acciaiuoli 1944, I)

Tratamentos/ caracterização de utentes

Encerradas por contaminação das águas.
Estas águas são principalmente recomendadas para problemas gastrointestinais.
Actualmente as termas trabalham só com programas de turismo de saúde, utilizando água corrente.

Nos relatórios das décadas de 1930 e 40 são mencionadas as águas da Piedade comercializadas por engarrafamento, vendidas em depósito em Lisboa. Nos anos 1970 esta mesma água era vendida em garrafões mas só nas próprias termas.

 

Instalações/ património construído e ambiental

Segundo Lopes (1892), "por dois pontos diversos mas próximos, na falda de um monte dirigido de nascente para poente, brotam as nascentes das águas da Fervença […] Há dois estabelecimentos thermais, um particular com sete tinas de pedra, e outro municipal, ultimamente arrendado a longo prazo, com oito tinas e oito duches verticais.

Actualmente o conjunto construído consta do Hotel da Piedade, onde se encontra o serviço de balneário, e o Centro de Congressos (antigo balneário), buvete e capela. Uma piscina e campo de ténis completam o conjunto, actualmente na fase final das obras de renovação.

 

Natureza

Cloretadas, bicarbonatadas, sulfatadas, sódicas, cálcicas, potássicas magnesianas, silicatadas, fluoretadas, hipotermais (25º), mesomineralizadas (2,41g),. radioactividade 0,40 mm (Correia 1922)
Cloretadas bicarbonatadas ( Contreiras 1951)

Cloretada sódica, bicarbonatada e sulfatada cálcica, hipotermal (27º) (Acciaiuoli 1944, I)

 

Alvará de concessão

1894, 22 de Dezembro, concessão da Piedade a António Filipe de Sousa Carvalho.
1922, Diário do Governo, de 15 de Agosto, nº 186, II Série, transmissão da Piedade para Manuel Rodrigues Serraziana.
1923, Diário do Governo, de 22 de Novembro, nº 272, II Série, concessão das Termas da Piedade-Fervença, a favor da Câmara Municipal de Alcobaça.
1943, Diário do Governo, de 11 de Junho, nº 134, II Série, portaria autorizando a CM de Alcobaça a vender o estabelecimento da Piedade-Fervença.
1943, Diário do Governo, de 22 de Julho, nº 169, II Série, Decreto anulando a concessão das Temas da Piedade-Fervença, determinando uma área de protecção de 100 hectares.

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Historial

O Cardeal D. Henrique fundou em 1566 o convento de monges arrábidos na freguesia da Vestiária. Alguns anos depois estes monges criaram uma casa para abrigo dos doentes que utilizavam estas águas em poças, construindo também a ermida com a invocação de Nossa Senhora da Piedade. Posteriormente os monges de Alcobaça terão erguido um pequeno balneário, que se manteve até a secularização dos bens da igreja. 1834 (cit. Acciaiuoli 1944, IV: 228)
Tavares (1810) escreve que “nascem quatro-olhos de água termal com pouca distância entre si, na quantidade de uma telha. A formação do monte é pela maior parte de argila, cré, e de pedra que vulgarmente se chama boroeira, ou fedorenta; as camadas porem mais chegadas à raiz do monte são de pedra calcária interpoladas de argila e cré; pouco tenaz, particularmente aquelas camadas, que formam o fundo das nascentes. Nas fendas delas junto às fontes observam-se eflorescências salinas, sem forma de cristais regulares, concretas, e de sabor amargo e muriatico”.
Joaquim dos Santos Silva, que procedeu à análise em 1889, escreveu sobre as nascentes que “ na freguesia de Maiorga, a três quilómetros pouco mais ou menos, a Noroeste da vila de Alcobaça, brotam as águas da Piedade ou Fervença conhecidas empiricamente desde tempos antigos”.
Em 1894 é pedida a concessão das águas da Piedade por António Filipe de Sousa Carvalho, proprietário da quinta herdada por sua mulher. No processo está relacionado um balneário rústico que Lopes (1892) descrevia como tendo sete tinas em pedra.
No Relatório de Reconhecimento de Pego (1894) são descritas cinco nascentes, uma no interior do balneário, e as outras no exterior. O estabelecimento era então composto por duas construções, uma de alvenaria com três quartos com tinas de mármore, e a outra construída em madeira, que comportava quatro tinas em mármore, uma sala de duches e uma outra de espera, além da caldeira de aquecimento das águas.
Em 1907, Sarzedas também relaciona dois edifícios mas já em alvenaria, o primeiro com quatro banheiras em mármore de 1ª classe, cinco banheiras em pedra de 2ª classe, e uma espaçosa sala de espera. O segundo edifício era destinado a doentes pobres.
Em 1923 a exploração era feita em dois estabelecimentos, um particular, o da Piedade, e outro da Câmara Municipal de Alcobaça, o da Piedade-Fervença. O decreto 22 de 22 de Julho de 1943 determinou que a exploração se fizesse por uma só concessão, e em consequência desse dispositivo legal a Câmara de Alcobaça vendeu a sua concessão
Em 1944 iniciou-se um projecto de renovação do estabelecimento: foi construída uma nova buvete e renovados os balneários. O hotel viria a ser inaugurado em meados da década seguinte.
Em 1996 o hotel foi objecto de obras de modernização, sendo construídas no rés-do-chão as salas de tratamento hidrológicos, e o antigo balneário transformado num centro de congressos. As águas das nascentes foram dadas como contaminadas, tal como o rio Alcoa, vizinho das termas, que por várias vezes tem provocado cheias no complexo termal. A actividade terapêutica foi então encerrada. Em 2002-3 procedeu-se a novas captações, esperando os proprietários do hotel poder iniciar este tipo de tratamentos em 2004.

Os responsáveis têm já vários programas de turismo de saúde, feitos com água corrente, como a hidromassagem, o duche de Vichy e massagens parciais e gerais, sendo a sua aposta no chamado spa.

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Alojamentos

Hotel das Termas da Piedade construído em meados dos anos 50 e renovado em 1996.

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Recortes

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Bibliografia

Acciaiuoli: 1936; 1937; 1940; 1941; 1942; 1944; 1947;1948a;  1948b; 1949-50; 1953. Ayuso 1946, Ayuso 1946b, Baptista 1874-79, Calado 1995, Carvalho 1939, Castro 1900, Choffat 1893, Contreiras 1937, Contreiras 1951, Correia 1922, Costa 1877, Leal 1875-80, Lepierre 1921, Lepierre 1927, Lepierre 1936, Lopes 1892, Macedo 1901, Mangorrinha 2002, Melo 1923, Mira 1948, Morais 1947, Narciso 1920, Narciso 1920b. Narciso 1947, Oliveira 1899, Orey 1893, Pamplona 1935, Pego 1894, Sá 1946, Sarzedas 1907, Silva 1908, Silva 1893, Silva 1894, Sousa 1940, Tavares 1810, Zagalo 1890, Zagalo, 1891, Zuquete 1944, Águas minerais do continente e Ilha de S. Miguel 1940, Águas e Termas Portuguesas 1910, Anuário Médico-hidrológico de Portugal 1963, Le Portugal hidrologique e climatique 1930-42

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Dados gerais

Distrito
Leiria

Concelho
Alcobaça

Freguesia
Vestiária        

Povoação/Lugar
Termas da Piedade  

Localização
Na margem esquerda do rio Alcoa, entre o planalto da Vestiária e os campos de Maiorga.   

Província hidromineral
A / Bacia hidrográfica: ribeiras de costa       

Zona geológica
Orlas Meso-Cenozóicas

Fundo geológico (factor geo.)
Rochas sedimentares (arenitos). Toda a região se encontra sobre o Diapiro da Beira Litoral, que se estende do concelho de Peniche até ao sul do concelho de Soure.    

Dureza águas subterrâneas
0 a 50 mg/l CaCO3

Concessionária

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Telefone
n.d.

Fax
n.d.

Morada
n.d.

E-mail / site

n.d.

 

 


Exterior  da buvete




Interior  da buvete