AVISO: A informação disponibilizada neste site tem como data de referência o ano 2002 e pode encontrar-se desactualizada.


[O parque termal com o balneário ao fundo]

 

Época termal
De 5 de Abril a 15 de Novembro (está em estudo a abertura anual).

Indicações

Doenças do aparelho digestivo, reumáticas e músculo-esqueléticas

Tratamentos/ caracterização de utentes

O corpo clínico era em 2000 de cinco médicos, e as termas davam emprego directo a 50 pessoas. (JN - 28/8/00)
Tratamentos:
Hidroterapia: banhos de hidromassagem, de imersão simples e de imersão subaquática, de bolha de ar; duches escocês, circular, lombar, abdominal, agulheta, duche hepático.
Electroterapia: altas frequências, ondas curtas, infra-vermelhos, ultra-violetas, ultra-sons, pressoterapia
ORL: inalação.
Outros tratamentos: enteroclise, gota a gota, irrigação, calor húmido, massagem parcial e geral.
Conta ainda com diversos programas de bem-estar termal

De 1996 a 2002 o número de inscrições rondou os 5000 por ano, o que a coloca em 6º ou 7º lugar da frequência termal.

 

Instalações/ património construído e ambiental

As nascentes encontram no sopé da pequena colina ao lado esquerdo do balneário, uma junto da subida protegida por um tanque, e uma outra no balneário a da buvete. Actualmente a captação é feita por furo artesiano de 80 m de profundidade.
O parque termal forma uma mata de 24 ha.
À esquerda da entrada do parque o Grande Hotel, actualmente desactivado, mas que contava com 150 quartos.
Ao fundo da alameda fica o balneário, construção ampliada em 1995 sobre uma outra construída em 19340-46. Do lado esquerdo deste balneário, a capela e a antiga pensão das termas transformada em salas de massagens.

Depois da recepção entra-se num largo corredor, ladeado por espaços para repouso. Quase ao fundo, do lado esquerdo, encontra-se a buvete, uma pesada construção em mármore de Estremoz, típica dos anos 1940. Do mesmo lado há duas salas para inalações. Perpendicular ao corredor de entrada, desenha-se outro longo corredor ladeado pelos gabinetes de hidroterapia (enteroclise, subaquático e gota a gota), seguindo-se a zona de duches (jacto e Vichy). Num outro corpo da construção e separado do primeiro por um pátio ajardinado, encontram-se os consultórios médicos, seguidos pelos gabinetes de electroterapia, assim como outros tantos gabinetes de hidroterapia e de massagem.

 

Natureza

Sulfatada cálcica, sulfúrea 18º (Calado 1995)

Sulfúreas neutras, sulfatadas cálcicas. Sais minerais: magnésio, sulfatos, cloretos, bicarbonatos e elementos de iodo, bromo, flúor, arsénico e lítio (folheto de divulgação)

 

Alvará de concessão

1917, Diário do Governo de 5 de Janeiro, nº 4, II série, concessão de Monte Real a favor de Olímpio Duarte Alves
1928, Diário do Governo de 2 de Março, nº50, II série, Transmissão da concessão.

Actual contrato, 1/1/2000, com área reservada de 100ha .

 

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Historial

Nas escavações executadas em 1806/7 a mando do bispo de Leiria apareceram uma árula dedicada ao deus Fontana, cipos e medalhas de cobre e latão (Acciaiuoli 1944, II: 20). Á entrada do balneário está uma banheira de pedra incorrectamente classificada como “banheira romana”.
Nos Inquéritos aos Párocos do Marquês de Pombal a nascente é descrita: “Tem uma fonte denominada da Rainha Santa, com a particularidade de só correr na primavera” (cit. Acciaiuoli 1944, II: 76)
Tavares escreve que “no sítio de Covões, junto da raiz de um pequeno monte contíguo ao campo, nasce de sua rocha uma fonte de água mineral na quantidade de uma boa telha. Este pequeno monte pela sua estrutura e formação parece continuação daquele, em que está situada a Vila; e é pela maior parte formado de saibro amarelo, areia, argila, spato calcário com tanta irregularidade, que parece um amontoado de pedras de diversas grandezas e espécies, formando uma pedreira mista”. Tavares refere as escavações executadas pelo bispo de Leiria e o espólio romano encontrado no local, assim como a análise feita pelo médico de Leiria, Tavares Godinho, as “quais resumi e transcrevi”, e informa-nos ainda que as escavações de 1806 tinha por fim a construção de “duas pequenas casas de madeira a fim de nelas se tomar banhos”.
Em 1819, Jacinto Costa refere-se a estas águas, na “Farmacopea Naval e Castrense”, mas a sua obra, no que respeita a nascentes de águas minerais, é uma compilação do inventário de Tavares (1810).
Lopes (1892) depois de falar de uma tradição que dá o lugar de Monte Real como um dos locais preferido de estadia de D. Dinis e da rainha Santa Isabel, descreve o balneário: “O pequeno estabelecimento que hoje existe, é apenas formado por duas casas com tinas para banhos, foi mandado construir em 1806 pelo Bispo de Leiria D. Manuel de Aguiar.”
Morão (1916), no seu relatório de reconhecimento para o pedido de concessão, escreve que as águas eram recolhidas num tanque com 1 m de profundidade e bombeadas para um balneário com três quartos de banho. Nesse mesmo ano foi demolido o balneário e construído um outro.
1919 é o ano da construção do Grande Hotel
Em 13 de Novembro de 1939 foi aprovado o projecto de remodelação do balneário, e dá-se também o início da urbanização da vila de Monte Real, com a construção da igreja e do anexo do Grande Hotel, sendo o grande impulsionador destas mudanças o concessionário Olympio Duarte Alves.
No que respeita o balneário, o concessionário proponha-se construir uma nova ala no lado norte, destinada “à secção de 1ª classe para Homens, e sala de duches com as respectivas cabines para a 1ª classe de senhoras”, a transformação do buvete e “adaptação do actual balneário em balneário de 2ª classe para homens e mulheres e construção da sala de duches 1ª classe masculina”, e ainda a construção de um balneário de “1ª classe para senhoras, do acesso à buvete e do pátio do repouso” . O estabelecimento contaria, após a conclusão das obras, com 23 cabines de 1ª classe para homens, para banhos de duches subaquáticos, imersão e enteroclises, e 5 cabines para duche. A secção de 1ª classe para senhoras contaria com 21 cabines, para o mesmo tipo de tratamentos e 5 salas de duche. Na parte de 2ª classe ficaria com 3 cabines para banhos de imersão, 4 para enterocolises na sessão de homens, e no espaço dedicado a senhoras planeava-se 3 cabines de banho e 7 de enterocolises (cit. Acciaiuoli 1941).
Em meados dos anos 1990 os balneários foram de novo renovados e ampliados, passando a ter tratamentos de hidroterapia, electroterapia, fisioterapia e ventilo terapia. Em projecto está a renovação do Grande Hotel, encerrado em 1989, destinando-o a hotel de luxo que contemplará a vertente de turismo de saúde.
Em 1999 as termas, por causa de dívidas à banca, foram vendidas em hasta pública, tornando-se proprietária a Ecotur, situações que à sociedade Imobiliária Agrícola Fonte Riba não acatou, recorrendo aos tribunais.
Em Março de 2003 o Tribunal de Leiria ordenou o encerramento das Termas de Monte Real por dívidas da empresa exploradora a várias instituições, sendo principal credor o Banco Pinto e Sotto Maior. Mas negociações entre as duas empresas e hoteleiros de Monte Real permitiram o adiamento da decisão do tribunal e as termas funcionaram em 2003. Quando da visita ao local (2004), a situação não era ainda estável. A proprietária de uma pensão afirmou que “nunca sabemos no que isto vai dar, se fecham as termas é uma desgraça, aqui tudo vive em volta das termas”.

Actualmente a exploração das termas pertence a uma empresa hoteleira da região, sendo a aposta na manutenção do termalismo tradicional mas também na criação da valência de turismo de saúde com diversos programas de bem-estar termal, e a médio prazo está projectado a recuperação do Grande Hotel.

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Alojamentos

Existem 11 estabelecimentos hoteleiros, sendo um hotel e os restantes pensões.

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Recortes

JN -19/5/04 – (Helena Silva) - Termas de Monte Real tratam corpo e mente – milhares de aquistas procuram águas para curar mazelas ou descontrair – Mata convida a passeios pedestres – Velho hotel vai sofrer obras de remodelação.
JN – 22/4/04 – Termas vão passar a funcionar todo o ano.
JN-25/11/03 - Termas de Monte Real em risco devido a diferendo – Encerramento – Proprietários tentam fechar entradas a cadeado.
Público (Local) – 25/11/03 (?) – Proprietário tentou fechar estância de Monte Real.
JN- 22/3/03 (AS) - Termas de Monte Real abriram ao público.
JN- 11/3/03 (Alexandre Serôdio) – Termas podem abrir dia 17.
JN- 7/3/03 (Alexandre Serôdio)- Termas encerradas Monte Real GNR cumpriu ontem ordem do Tribunal de Leiria, devido a dívidas acumuladas, funcionários desconhecem futuro.
JN – 31/1/01 (Helena Silva) – Ruídos dos aviões afugentam aquistas – Plano para a requalificação de monte Real apela a maior pressão contra poluição sonora da base aérea.

JN – 28/8/00 (Fernando Seixas) – Termas de Portugal – Monte Real é cura para corpo e o espírito – Localizadas em pleno município de Leiria, as caldas conciliam as virtudes das águas medicinais com a beleza da sua mata.

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Bibliografia

Acciaiuoli: 1936; 1937; 1940; 1941; 1942; 1944; 1947;1948a;  1948b; 1949-50; 1953. Alcântara 1944, Almeida 1947, Alves 1944, Alves 1953, Alves 1955, Ayuso 1946, Ayuso 1946b, Baptista 1874-79, Barbosa 1817, Bastos 1934, Brandt 1881, Bonhorst 1916, Calado 1995, Carvalho 1939, Castro 1935, Chernovitz 1878, Choffat 1893, Contreiras 1937, Contreiras 1951, Correia 1922, Costa 1896, Félix 1877, Forjaz 1948, Godinho 18.? ,Heleno 1921-22, Lepierre 1919, Lepierre 1924, Lepierre 1936, Lima 1943, Lopes 1892, Mangorrinha 2002, Manstbaum ,1893, Melo e Narciso 1923, Morais 1947, Morão 1916, Narciso 1920, Narciso 1920b, Narciso 1947, Pamplona 1935, Rosa 1758, Rosa 1948,  Sousa 1939, Tavares 1810, Vale 1845, Vieira 1943, Zuquete 1944, Actas – alocuções - comunicações 1948, Águas minerais do continente e Ilha de S. Miguel. 1940, Anuário Médico-hidrológico de Portugal 1963, Clínica Higiene e Hidrologia 1943, Livro do 1º congresso de Actividades do Distrito de Leiria 1944, Le Portugal hidrologique e climatique 1930-42, Termas de Portugal 1947.

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Dados gerais

Distrito
Leiria

Concelho
Leiria

Freguesia
Monte Real       

Povoação/Lugar
Parque Termal  

Localização
Na extremidade da sede de freguesia   

Província hidromineral
A / Bacia hidrográfica do Rio Lis      

Zona geológica
Orlas Meso-Cenozóicas

Fundo geológico (factor geo.)
Rochas sedimentares (arenitos). Toda a região se encontra sobre o Diapiro da Beira litoral que se estende do concelho de Peniche até a sul do concelho de Soure.    

Dureza águas subterrâneas
0 a 50 mg/l CaCO3

Concessionária

Grupo Lena – Lena Hotéis e Turismo SGPS, SA.

Telefone
244619020

Fax
244619029

Morada
Rua de Leiria, Apartado 1, 2426-909 Monte Real

E-mail / site

geral@termasdemontereal.pt www.termasdemontereal.pt

 

 


O Corredor da buvete




Uma suposta banheira “romana”