Tipo de exploração:
Termas abandonadas
Natureza da água:
Sulfatadas férreas
Indicações:
Anemias
[O velho edifício termal da Quinta de Águas Férreas]
Época termal
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Anemias, dismenorreia, linfatismo (Correia, 1922)
Anemias, linfatismo e dispepsias ( Contreiras, 1951)
Tratamentos/ caracterização de utentes
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Instalações/ património construído e ambiental
Segundo o Relatório de Pego (1913) as águas eram captadas numa mina de 60m de cumprimento, talhado na rocha, com uma sessão 2x0,8m, e conduzidas para um depósito “de onde brota para torneiras de vidro num buvete”. Muito provavelmente esta mina localizava-se no estranho afloramento granítico que se apresenta por detrás da arruinada estância termal da Quinta das Águas Férreas.
Actualmente esta quinta faz parte do parque urbano de Casais de Cambra, numa zona que aguarda ainda a recuperação e ajardinamento, estando o velho edifício onde se localizava a buvete destinado a tornar-se na Casa da Juventude da Freguesia. Trata-se de um edifício de finais do séc. XIX, de planta quadrada a que posteriormente foi acrescentado um andar: “…com quartos para os doentes e criados balneários exteriores” (Folheto da Junta de Freguesia de Casal de Cambra, s/ data).
Natureza
Sulfatadas cálcicas, férreas, frias (20,3º) (Correia, 1922) Sulfatada ferruginosa (Acciaiouli.1944.V)
Sulfatada Cálcica (Calado, 92)
Concessão publicada no diário do Governos de 25/10/1913, nº250
A concessão assim como todas as referências bibliográficas a esta nascente aparecem com a denominação de Casais de Câmara.
Em 1839 a Sociedade Farmacêutica Lusitânia iniciou uma série de análises das nascentes nos arredores de Lisboa: Casal de Barras; Vale de Camarões; Casais de Câmara; Quinta da Sadinho; Quinta dos Ribeiros; Quinta do Botão de Baixo; Cabeço de Montachique; Venda Seca e Vale de Lobos.
Lopes (1892) escreveu sobre elas: “brota uma nascente de água férrea, que foi muito preconizada há cinquenta anos, quando dela se fazia grande uso, ali e em Lisboa, para onde era transportada em Garrafas”.
Para satisfazer o pedido de concessão, foram analisadas por Bonhorst (1913) e Pego (1913) foi encarregue do reconhecimento geo-hidrológico. Depois disso vieram a ser exploradas e comercializadas, sobre o nome “Agua de Casais de Câmara”, nas primeiras décadas do século vinte. Nos relatórios da Inspecção de Águas dos anos 30 e 40, Acciaiuoli considerava-as inactivas, sendo o seu aproveitamento só local.
Em 1966/67 os terrenos de Casais de Cambra foram divididos: “… em quintinhas de 5000 metros as quais foram sendo postas à venda , vindo posteriormente a serem novamente loteadas tendo-se constituído uma malha imensa de pequenos lotes” (Folheto da Junta de Freguesia de Casal de Cambra, s/ data)
Casal de Cambra transformou-se num grande bairro suburbano de Lisboa, de construção não licenciada, que seria na década de 90 urbanizado pela Câmara Municipal de Sintra, formando posteriormente uma Freguesia, desanexada da freguesia de Belas. Foi nesta reorganização urbana que surgiram vários equipamentos sociais de serviço e lazeres entre os quais o parque urbano “25 de Abril de 1974”, na extremidade do qual numa zona expectante se encontra este balneário que foi famosos pelas suas águas férreas. Aliás, segundo informação da Junta de Freguesia, todas as águas de profundidade no vale do parque são férreas, como testemunha o pequeno lago do parque, com água desta natureza e com origem num furo artesiano.
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Acciaiuoli: 1936; 1937; 1940; 1941; 1942; 1944; 1947;1948a; 1948b; 1949-50; 1953. Bonhorst 1913, Calado 1995, Contreiras 1937, Contreiras 1951, Lopes 1892, Pego 1913, Le Portugal hidrologique e Climatique 1930-42, Águas minerais do continente e Ilha de S. Miguel 1940.
Freguesia
Casal de Cambra
Povoação/Lugar
Quinta das Água Férreas
Localização
Em Casais de Cambra dentro do Parque Urbano “25 de Abril de 1974”.
Província hidromineral
A / Bacia hidrográfica do Rio Tejo
Zona geológica
Orlas Meso- Cenozoicas
Fundo geológico (factor geo.)
Rochas sedimentares carbonatadas (Calcários). Curiosamente a nascente encontra-se junto de afloramento granítico
Dureza águas subterrâneas
100 a 300 mg/l CaCO3
Concessionária
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Telefone
n.d.
Fax
n.d.
Morada
n.d.
E-mail / site
n.d.
“Das termas aos "spas": reconfigurações de uma prática terapêutica”
Projecto POCTI/ ANT/47274/2002 - Centro de Estudos de Antropologia Social e Instituto de Ciências Sociais