Tipo de exploração:
Água para ingestão (uso particular)
Natureza da água:
Bicarbonatada
Indicações:
Aparelho digestivo
[A fonte do Leão]
Época termal
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Usada como água de mesa
Doenças do aparelho digestivo (Contreiras 1951)
Tratamentos/ caracterização de utentes
Só utilizada para ingestão.
“Antigamente toda a gente ia lá buscar água, mas agora não. Eles puseram uma cerca a toda a volta e não deixam ninguém lá entrar.” (informante na aldeia)
Esta informação contrasta com a do caseiro da quinta, que afirmou que “os velhotes ainda cá vêm buscar água”.
Instalações/ património construído e ambiental
A água seria captada num pequeno tanque rectangular de 120x80 cm, com a profundidade de 80 cm, coberto por uma abóbada e protegido na frente por uma rede, a leste do antigo convento de N.ª S.ª da Visitação, da Ordem de S. Francisco, fundado em 1540 (cf. Segurado 1924).
Se este tanque existe não o vimos. O caseiro afirmou que a captagem é feita por furo, e daí conduzida para a Fonte do Leão e canalizada paras as casas de proprietários e caseiros.
Esta Fonte do Leão deverá ser obra do tempo de Abel Pereira da Fonseca. Trata-se de um nicho com cerca de 2,5 m de altura aberto na parede traseira da casa dos proprietários, decorada com uma carantonha de leão de cuja boca sai, por bica metálica, a água. Era nesta bica que se enchiam os garrafões comercializados nas lojas Abel Pereira da Fonseca e posteriormente nas mercearias Val do Rio.
As reformas as construções do antigo convento e transformação em residência de veraneio deverão ter ocorrido na década de 1930. Não conseguimos perceber se restava algo do convento quinhentista.
Natureza
Bicarbonatada cálcica, cloro-bicarbonatada (cf. Acciaiuoli 1952, I: 172-3)
Alvará de 12/8/1926.
Alvará de Transmissão 10/5/1927.
Portaria considerando-a como água de mesa a 24/4/1934, a favor de Abel Pereira da Fonseca.
Alvará de Transmissão a 27/5/1942, passado a favor de Manuel Nunes Correia.
Tem uma área de protecção de 50 hectares e 40 ares.
Actualmente a propriedade onde se encontra é explorada pela Sociedade Agrícola do Convento da Visitação, com sede em Lisboa
Provavelmente foi sempre de utilização local e dos próprios frades do convento, fundado em 1540 por D. Pedro de Noronha, primeiro donatário de Vila Verde de Francos.
A sua exploração comercial, em garrafões de 5 litros, começa com o primeiro alvará de 1926, sendo concessionário Abel Pereira da Fonseca, negociante de vinhos e proprietário de uma rede de mercearias e tabernas na zona da Grande Lisboa. Em 1942 esta concessão passa para Nunes Correia, também proprietário de uma outra rede de lojas, as mercearias Val do Rio
A água era engarrafada em garrafões de 5 e 10 litros e garrafas de 0,85 l e 0,25 l. Os dados dos relatórios de Acciaiuoli de 1939 a 1946 mostram que houve dois períodos com aumento dos valores da “água saída” (comercializada), correspondentes às duas concessões. Em 1937 esse valor foi de 6655 litros, decaindo para 1620 litros em 1942 e recuperando até 1946 com o valor de 6357 litros.
Consta ainda do “Anuário” (1963), onde se refere uma análise de Herculano de Carvalho em 1951, considerando-a como bastante mineralizada, essencialmente bicarbonatada cálcica. À data desta publicação a água era comercializada em garrafões de 5 litros e garrafas de 0,25 litros.
O engarrafamento e comercialização da água deverão ter terminado em meados da década de 1960, segundo o que se deduz da conversa de um dos informantes: “Ora eu tenho 71 anos, trabalhei lá até aos meus 18 ou 19 anos, pouco depois deixaram de engarrafar a água, mas havia muita gente que lá ia buscar água, agora já não deixam… Aquilo agora é duma sociedade.”
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Acciaiuoli: 1936; 1937; 1940°; 1940b; 1941; 1942; 1944; 1947; 1948; 1949-50. Calado 1995; Contreiras 1937; Contreiras 1951; Lepierre 1921;Lepierre 1922: Segurado 1924; Le Portugal hidrologique e climatique 1930-42;Águas minerais do continente e Ilha de S. Miguel 1940; Anuário Médico-Hidrológico de Portugal 1963; Análise bacteriológica da água da nascente Convento da Visitação 1933
Freguesia
Vila Verde de Francos
Povoação/Lugar
Convento da Visitação
Localização
Em Vila Verde de Francos, tomar a estrada para a Serra de Montejunto; junto da adega cooperativa tomar a pequena estrada alcatroada à esquerda, que termina nos muros da Sociedade Agrícola do Convento da Visitação. A nascente encontra-se nas faldas da serra, na encosta sudoeste.
Província hidromineral
A / Bacia hidrográfica: Ribeiras de Oeste
Zona geológica
Orlas Meso-Cenozóicas
Fundo geológico (factor geo.)
Rochas sedimentares predominantemente carbonatadas (calcários) – Maciço de Montejunto.
Dureza águas subterrâneas
100 a 300 mg/l de CaCO3
Concessionária
Uso popular
Telefone
n.d.
Fax
n.d.
Morada
n.d.
E-mail / site
n.d.
“Das termas aos "spas": reconfigurações de uma prática terapêutica”
Projecto POCTI/ ANT/47274/2002 - Centro de Estudos de Antropologia Social e Instituto de Ciências Sociais