[Entrada do Balneário]

 

Época termal
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Indicações

Reumatismo, bronquites, asma, doenças da pele e de senhora (Contreiras 1951)

Vias Respiratórias e reumatismo.

Tratamentos/ caracterização de utentes

Director técnico: Dr. Alberto Lima (Universidade do Minho)
Director clínico: Dr. Mário Ferreira
"Temos 10 técnicos de fisioterapia, e mais três em reforço de horários. Estamos abertos das 8 da manhã às 21.30. Todo o nosso pessoal teve formação inicial feita pelo Sinagua, depois, à medida que o tempo foi passando, fizeram cursos de reciclagem e ultimamente têm tido uma formação mista. A reciclagem é feita pelo Sinagua, porque aqui no Porto há um curso de auxiliares de fisioterapia, e as pessoas quando vêm trabalhar para cá ou têm a formação do Sinagua ou desse curso." (Dr. Fernando Adosindo Ferreira)
Vias respiratórias: duches nasais; pulverizações; nebulizações; aerossóis sónicos; emanatório colectivo; drenagem de Pröetz; insuflação tubo-timpânicas; duches faríngeos.
Balneoterapia: hidromassagem, piscina com 10 postos de hidromassagem; duche de jacto; duche de Vichy; banho de vapor Bertholet, aplicações de lamas.
Programas de manutenção e bem estar.
"A maioria dos nossos frequentadores são da região, na área que vai do Porto até Braga. A grande maioria vão e vêm, é mínimo os aquistas que vêm fazer estadia aqui.

São termas urbanas, é diferente do conceito de estância termal. "Nós temos cerca de 2000 aquistas termais e cerca de 500 que nós chamamos sócios do clube de saúde, este clube é que foi um conceito inovador, hoje já toda a gente faz isso mas em 94 fomos os primeiros." (Dr. Fernando Adosindo Ferreira)

 

Instalações/ património construído e ambiental

“A idade aparente dessas águas termo minerais estima-se em cerca de 28 mil anos B.P., e o seu aproveitamento é feito através de duas captações tubulares: uma com 62 metros, outra com 106 metros de profundidade, que debitam caudais por artesianismo de 1,2 l/s e 0,3 l/s, respectivamente.” (Lima, 1994)
"As emergências das águas são ao lado do chafariz à entrada, e tem dois cubos, um deles a captação principal." (Dr. Fernando Adosindo Ferreira)
O primeiro balneário foi construído em 1891. Dessa estrutura conserva-se a fachada, transformada em parede de fundo do átrio de entrada e sala de espera da renovação de 1914-15. Em 1994 há nova remodelação do espaço, que acrescenta ao edifício anterior um corpo avançado ao átrio, um piso superior e um interior inteiramente renovado, adaptando-se às novas técnicas termais.
No piso térreo, o aquista faz o seguinte percurso: átrio e recepção; vestiários onde lhe são fornecido roupão e toalhas, sala de espera; segue depois para os vários tratamentos, duche de Vichy, duche de agulheta, vapor à coluna, vapor aos membros, hidromassagem, piscina termal e tratamentos com lamas. Neste piso encontra-se ainda um ginásio de aeróbica, saunas e um emanatório acessível aos sócios de um clube de saúde.
No piso superior estão os consultórios médicos, sala de tratamentos de vias respiratórias, serviços administrativos e ainda um ginásio de manutenção e bar.

Por debaixo do estabelecimento encontra-se uma galeria técnica que permite reparações e manutenção das captagens e tubagem.

 

Natureza

Sulfídricas sódicas, cloretadas, sulfatadas, silicatadas, bromoiodadas, fluoretadas, hipomineralizadas (0,63 g), hipotermais (26,5º), radioactivas (1,83 mm) (Correia 1922)
Sulfúrea sódica muito radioactiva pelo radão (Contreiras 1951)

Sulfúrea sódica (27º) (Calado 1995)

 

Alvará de concessão

1894 - Alvará de Concessão - Diário do Governo, nº 230, de 10 de Outubro 1894, a favor de Manuel Joaquim Marques
1905 - Alvará de Transmissão - Diário do Governo, nº 244, de 27 de Outubro 1905, a favor de Arnaldo Baptista Coelho e Virgílio Andrade
1916 - Alvará de Transmissão - Diário do Governo, nº 28, 2ª série, de 3 de Fevereiro a favor de Albino Sousa Cruz.
1924 – Portaria 29/12, marcando a área reservada de 71 hectares
1938 - Alvará de transmissão

2000 - Contrato actual, de 1/1/2000.

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Historial

A exploração romana destas águas foi comprovada aquando dos trabalhos para a construção de um reservatório de água em 1905. Nessa ocasião apareceram diversos tijolos, telhas e restos de canalizações. Sarzedas (1908) refere ainda que o pároco de Areias tivera em seu poder um “praso” do século XIV onde se referia uma casa de banhos no local, mas esse documento nunca foi encontrado. A data dada como certa para a exploração da água mineral, segundo este autor, é a de 1841, quando a câmara de Santo Tirso, “animada pelos resultados colhidos por muitos doentes nos usos dessa água”, mandou construir um primeiro balneário, composto por três banheiras dentro de um barracão de madeira.
Em 1890 a Câmara arrendou a exploração das águas a Manuel Joaquim Marques. No ano seguinte as Caldinhas, como eram então conhecidas, tinham novo balneário que não seria muito diferente do descrito por Sarzedas (1908): “Três banheiras de mármore para os banhos de 1.ª classe, oito de azulejo para os de 2.ª , e três de cimento para os de terceira. Uma sala com duches de agulheta e banheira de chuva […] Toda a instalação está limpa e bem cuidada. Embora a água seja também usada internamente, não há buvete que a forneça, é colhida para tanto no grande depósito."
No "Águas e Termas Portuguesas" (1918) repete-se a notícia do Relatório de Sarzedas, acrescentando que nesse ano iria abrir um novo hotel, com “todas as comodidades e conforto moderno, e com serviço de mesa dirigido por um afamado cozinheiro francês”. As Caldas da Saúde tinham sido adquiridas em 1914 por Albino de Sousa Cruz, emigrante regressado do Brasil: "Ele fez então o hotel que é agora o colégio, na altura era um hotel com 100 quartos, com salões e orquestra, um equipamento moderno, levou avante as obras de remodelação do balneário. Mas no final dos anos 20 o termalismo entrou em decadência, O Sousa Cruz achou por bem que a continuação deste complexo termal não era viável senão houvesse quem desse continuidade à obra, então foram os jesuítas que vieram ocupar o hotel e estes anexos que já havia aqui, a casa do director clínico, a farmácia, etc." (Dr. Fernando Adosindo Ferreira)
As informações que se retiram dos Relatórios de Acciaiuoli das décadas de 1930 e 40 são um pouco diferentes no que concerne a datas: o hotel terá sido vendido em 1932 e transformado em colégio jesuíta, função que ainda mantém. Em 1938, a Província Portuguesa da Companhia de Jesus, depois de prolongados debates internos, decidiu-se pela aquisição de todo o complexo termal, formando a Empresa das Caldas da Saúde SA.
No "Anuário" (1963) o balneário é descrito como tendo “12 quartos de banho de imersão de 1.ª classe (6 para cada sexo). 12 de 2ª classe (seis para cada sexo). Quatro salas para inalações, pulverizações e irrigações nasais (2 para cada sexo). Dois quartos para enteroclise e irrigações nasais. Três salas de duches.”
Em 1987 o estabelecimento encerrou para remodelação da instalações, obras estas a cargo do arquitecto Francisco Perry Azeredo, reabrindo em 1994.
Sobre esta remodelação escreve Mangorrinha (2002): “Os estudos de prospecção, efectuados pelos responsáveis desta estância termal, foram de factos inovadores em Portugal. Dos contactos estabelecidos com operadores franceses, resultou uma outra forma de oferta: a manutenção (remise en forme). Iniciou-se um estudo do mercado qualitativo, numa primeira fase, em que se detectaram as motivações diferentes dos habituais frequentadores: a busca dos tratamentos naturais e a quebra de estados de fadiga psicológica e stress. […] Ficou assim constituída a oferta da nova fase de vida das Caldas da Saúde, em duas vertentes – o termalismo e a manutenção – que interessava compatibilizar face à diferenciação de procura.”

"Tivemos relações com mais de umas termas francesas e italianas. Mas na altura não havia nada nem no Norte de Espanha, onde se tem desenvolvido muito o termalismo. Fizemos uma remodelação ao mesmo tempo que Mondariz, os outros que são agora referência são todos mais recentes." (Dr. Fernando Adosindo Ferreira)

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Alojamentos

O antigo Hotel das Termas foi transformado em 1932 no colégio jesuíta D. Nuno Alvares Pereira, vítima de um incêndio em 1952 e totalmente remodelado segundo projecto do arquitecto Francisco Távora. No interior há um museu de mineralogia e geologia.

Todas as outras unidades hoteleiras se localizam na vizinhança das termas: Cidnay; Residencial Carvalhais; Pensão Caroço; Residencial das Aves; Residencial Zé da Rampa; Estalagem de S. Martinho; Hospedaria Solar de S. Bento; Casa do Alpendre; Quintal do Passal.

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Recortes

JN – 14/7/04 (Erika Nunes) – Bem-estar todo o ano nas Caldas da Saúde – Tratamentos ocasionais ou programas anti-stress disponíveis todo o ano. Destaque: Cartão anual para manter a forma integral.
JN - 16/7/00 (Fernando Seixas) Termas de Portugal – Cura e prevenção nas Caldas da Saúde – Ás portas da cidade de Santo Tirso, a Companhia de Jesus dispõe de umas termas cuja procura sobe de ano para ano.

JN - 16/7/97 (Xavier Rosário) – Caldas da Saúde iniciam ginástica na água – Termalismo e manutenção atraem ao complexo mais de 2500 pessoas por ano.

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Bibliografia

Acciaiuoli: 1936; 1937; 1940; 1941; 1942; 1944; 1947;1948a;  1948b; 1949-50; 1953. Almeida 1947, Andrade 1893, Andrade 1911, Andrade 1913, Andrade 1914, Andrade 1915-17, Andrade 1918, Andrade 1920, Azevedo 1867, Ayuso 1946, Bastos 1934, Brito1945, Carneiro: 1931; 1944; 1962; 1933.  Castro 1894-95, Coelho 1918ª, Coelho1918b, Coelho 1918c, Contreiras 1937, Contreiras 1951, Correia 1922, Lemos 1934, Lepierre 1917, Lepierre 1936, Lima 1994, Lima 1911,Lima1909, Madail1895, Mangorrinha 2002, Melo1923, Morais 1943, Narciso:1920ª; 1920b; 1922; 1933;1934; 1948; 1946-47; Sarzedas 1907, Silva 1895, Silva 1889, Silva 1898, Silva1911, Silva 1891, Vieira 1887. Águas minerais do continente e ilha de S. Miguel 1940,  Águas e Termas Portuguesas 1918, Anuário Médico-hidrológico de Portugal 2000,  Le Portugal Hydrologique et climatique 1930-42., Termas de Portugal 1947

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