[A piscina do Hotel rural Mira Serra, vendo-se a Fonte de água mineral]

 

Época termal
“Estância aberta todo o ano” (publicidade em Contreiras 1951)

Indicações

“Doenças da nutrição, rins, espasmos viscerais e estados alérgicos” (Contreiras 1951)
Doenças respiratórias, sendo neste caso o agente terapêutico o ar deste microclima (informação da proprietária).

Tratamentos/ caracterização de utentes

“Nesta estância de Abrunhosa há dois elementos terapêuticos a considerar: o microclima da região e as águas minerais que ali brotam” (publicidade em Contreiras, 1951).

Nunca existiu um estabelecimento termal e os tratamentos eram feitos por ingestão de água conforme a prescrição médica do seu proprietário.

 

Instalações/ património construído e ambiental

Pelo que se vê nas fotografias dos anos 1940-50, a estância encontrava-se dentro de uma propriedade ajardinada, tendo como equipamento a Casa de S. Sebastião, ou Casa de Repouso, construção da década de 1930, com quatro pisos, que servia de hospedaria. No parque encontrava-se a buvete com a sua água mineral e uma fonte de água de nascente. A nascente mineral era recolhida numa mina de 70 m de comprimento, onde se encontram duas nascentes, uma de fractura da rocha e outra de uma caleira encostada também à rocha.

Actualmente o património construído foi recuperado, respeitando a traça original. O jardim de buchos à francesa foi substituído por um conjunto de piscinas e relvado.

 

Natureza

Oligossalina, muito radioactiva pelo rádon (Lepierre 1930)

Cloretada sódica e bicarbonatada sódica (Calado 1991)

 

Alvará de concessão

O alvará de concessão foi passado a Sebastião da Costa Sacadura, em 5 de Novembro de 1934. Tem uma área reservada de 50hectares. Os actuais proprietários são Francisca Aires e família.

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Historial

A história deste sítio de água mineral é curta. Todas as referências se prendem com o processo de concessão de exploração passado em 1934 a favor de Sebastião da Costa Sacadura. Assim, em 1930 Lepierre analisou a água, em 1934 é a vez do engenheiro Arrochela elaborar o relatório de reconhecimento e em 1936 Egas Pinto Bastos estudou a radioactividade.
Pelos relatórios de Acciaiouli sabemos que em 1939 não houve exploração, e nesse ano tinha-se construído a buvete. No ano seguinte o relatório de vistoria indicava a necessidade de alterar a situação da oficina de engarrafamento.
Pela publicidade inserida no Manual Hidrológico de Portugal (Contreiras 1951), sabemos que a estância estava então aberta todo o ano; são destacadas as propriedades radioactivas das suas águas, e no clima a amena temperatura, graças à sua exposição a sul.

Em 1992 os herdeiros de Costa Sacadura venderam a propriedade a António Aires Mota, que transformou a antiga Casa de Repouso no Hotel Rural Mira Serra, respeitando as características arquitectónicas da construção dos anos 30. Actualmente este hotel rural é explorado pela sua filha Francisca Aires, que tem nos seus planos a recuperação da parte hidrológica da propriedade para formar uma estância de turismo de saúde: “O meu objectivo não é engarrafar as águas, é mais a nível de termal, gostava de fazer uma coisa a nível de spa.”

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Alojamentos

A estância é actualmente o Hotel Rural Mira Serra, aberto todo o ano.

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Recortes

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Bibliografia

Acciaiuoli: 1936; 1937; 1940; 1941; 1942; 1944; 1947;1948a; 1948b; 1949-50. Almeida 1948,Arrochela 1934,Bastos 1936/7, Contreiras 1937,Contreiras 1951, Lepierre 1945, Morais 1943, Morais 1925, Narciso 1933,Narciso 1947, Pamplona 1935, Anuário Médico-hidrológico de Portugal 1930-42.

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