AVISO: A informação disponibilizada neste site tem como data de referência o ano 2002 e pode encontrar-se desactualizada.


[O Balneário à beira do rio Dão]

 

Época termal
1 de Maio a 30 de Novembro

Horário: 8-12h e 16-18h / Domingos e feriados 8-13h

Indicações

Reumatismo, artropatias, estômago e pele (Contreiras, 1951)
Reumatismo e doenças músculo-esqueléticas, pneumologia e ORL (Folheto de Divulgação)


Tratamentos/ caracterização de utentes

Balneoterapia: banhos de imersão, hidromassagem, em piscina individual; duche de agulheta, Vichy; banhos Vapor localizados, aplicação de lamas.
ORL – Irrigação, pulverização, aerossol, nebulização e aerossol ( Folheto de divulgação)
Programa de Saúde (desintoxicação, anti-stress) – 2 dias de tratamento sem necessidade de consulta médica
Conta com 5 médicos, 1 engenheiro e 30 técnicos de balneoterapia (formados pela Sinágua). 
Aquistas esperados em 2003 entre 3500 e 3800. São na sua maioria de idades superiores a 40 anos, representando o sexo feminino a sua maioria. São sobretudo originários dos distritos de Viseu, Guarda, Aveiro, Coimbra e Lisboa.

 

Instalações/ património construído e ambiental

Actualmente a água é captada por dois furos, um a 75m e um outro a 150m de profundidade, e conduzida para um sistema de arrefecimento, com 3 depósitos de 40 mil litros cada.
O Balneário é uma construção dos anos 60, ao gosto da arquitectura estatal de saúde. Implantado numa área aproximada de 450 m2, com 3 pisos.
 A entrada dos aquista faz-se pelo piso intermédio por porta localizada numa rua por detrás da fachada voltada para o Rio Dão. Neste piso encontra-se a recepção, consultórios médicos e salas de espera, ainda gabinetes para banhos de imersão simples e de vapor à coluna.
No piso superior são os gabinetes de hidromassagem, de vapores parciais, duches Vichy e tratamentos ORL (com 24 aparelhos no total).

No piso inferior encontram-se 10 piscinas individuais, 2 duches de jacto e 7 cabines para aplicação de lamas, e ainda algumas banheiras de hidromassagem. Neste piso encontra-se a saída para a esplanada sobre o Dão onde se localizam os dois furos.

 

Natureza

Sulfúrea primitiva, carbonatada sódica (51º) (Lepierre, 1925) Pertencem ao grande grupo das sulfurosas, hipertermais quentes, pouco mineralizadas, alcalinas, bicarbonatadas sódicas, fluoretadas, tiosulfatadas, muito silicadas (Folheto de Divulgação)     

 

Alvará de concessão

2002- 23 de Janeiro, Contrato de exploração por 50 anos com a empresa Termas Sulfurosas de Alcafache, SA
Área reservada 50 hectares.

Terá havido mais duas concessões, a primeira do último quartel do séc.XIX e passada á Câmara Municipal de Viseu, a segunda na década de 40 passada a Manuel Pessoa. De quem Eduardo Leal de Loureiro toma a transmissão em 1957 (Alvará de Transmissão 11/6/1957)

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Historial

Com possível exploração já em tempos romanos, por aqui se passava uma via que atravessava por ponte o Rio Dão, exactamente no local da actual ponte, construção do séc.XIX, mas possivelmente assente sobre pilares romanos.
Na parte fronteira, virada a poente duma antiga casa de moleiros dos moinhos da Ponte, junto à capela nova, na margem esquerda do Dão, ainda existe uma pedra lavrada, cuja inscrição refere a existência, ali, de uma albergaria do séc. XVI” (Loureiro, 2000?).
 Na Corografia medicinal das Caldas de Alafões, do Dr. António Pires da Silva de 1696, são referidos os banhos de Alcafache. Henriques (1726) no Aquilégio Medicinal, refere-se a estas caldas  “… com prodigiosa virtude para curar os mesmos achaques, que as Caldas de S. Pedro do Sul… tendo mais a particularidade de como nascem com calor mulcebre, e suave, podem-se usar em naturezas cálidas, sem o perigo de que se ofendão com elas, porque as não esquentão, como se tem observado muitas vezes. Não se tomam banhos em tanques porque não há, nem comodidade para os haver, por estar a fonte em sítio pedregoso e tão chegado ao rio Dão que, de Inverno, a cobre".
Nos Quesitos aos Párocos do Marquês de Pombal (1758) a nascente foi descrita: “De uns penhascos no rio Dão, nascem umas Caldas de efeitos milagrosos e que no verão são frequentadas por muitos doentes
Tavares, (1810) diz-nos que “...há três nascentes de água termal.”
A data de 1827 está pintada num casarão, a poente do actual balneário, que é conhecido com o nome de “Quartos Novos”. Também como testemunho arquitectónico do séc. XIX se conserva a antiga albergaria que a Misericórdia de Viseu institui-o em 1836, a “Casa do Banho”, é actualmente casa particular de aluguer de quartos localizada na margem esquerda do Dão.       
Segundo Loureiro (2000?) o local termal de Alcafache foi explorado pela Câmara Municipal de Viseu, aliás publicou pelo menos duas posturas regulamentares em 1893 e 1910, mas acabou por perder a concessão. 
Na visita de inspecção de Acciaiuoli (1940), refere-se a um depósito natural de onde é retirada a água e uma nascente onde as mulheres lavam, com a temperatura de 51º, quanto a alojamentos o autor refere “ Tem 2 pensões e 20 casas, todas com banheiras, levando cada banheira 8 a 10 cântaros, conforme o desejo de cada doente, sendo cada cântaro pago por $10.” (Acc., p.229,1942)  
Estes tipos de banhos ao domicílio são descritos pelo médico Eduardo Leal Loureiro na sua monografia sobre estas termas: “… empregavam-se neste trabalho duas dúzias de mulheres e homens. Era um espectáculo curioso e algo estranho, assistir, alta madrugada, ao corrupio desta gente. Pareciam alegres e infatigáveis, mas o esforço era grande e os tostões somados, cântaro a cântaro, eram bem ganhos e suado”. Mas o autor informa-nos que mesmo após a entrada em funcionamento do novo balneário, em 1962, “não havia ainda energia eléctrica na localidade. Por isso os banhos no próprio balneário foram durante dois anos enchidos a cântaro. Em 1965 a montagem da rede de distribuição de electricidade tornou possível modificar as coisas. Montaram-se bombas eléctricas de elevação da água para o balneário com canalização que se estendeu também até às melhores casas de hospedagem. Para acabar com o mergulho dos cântaros no tanque, este foi depois substituído por dez torneiras de água quente montadas encostadas às rochas. Algumas destas bicas funcionaram até final da época de 1984 e lá se encontram para memória.”.
A canalização de água termal para banhos ao domicílio, foi o processo encontrado pelo concessionário para não quebrar de vez com esta tradição secular “sem se violentarem as coisas e as pessoas”, mas esses banhos ficaram sujeitos a controlo médico a vigilância e cobrança de receitas por parte da concessionária.       

Recentemente o balneário foi objecto de algumas obras de melhoramento, sobretudo no piso inferior, o que provocou uma queda no número de aquista, que era em 1998 de 3600. Actualmente a direcção consegui captar este ano (2003) 200 novos aquistas, sobretudo para os tratamentos ORL, onde a faixa etária dos utilizadores se localiza preferencialmente entre os 30-40 anos, sendo também objectivo da direcção captar aquistas mais novos através de programas de saúde e bem-estar.

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Alojamentos

Hotel Alcafache, Pensão Donalzira, Pensão Pereira e Pensão Império. Existe ainda quartos de aluguer em casas particulares.

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Recortes

JN – 11/8/04 Teresa Cardoso) – Juventude descobre termas de Alcafache – Qualidade das águas é o motor que estimula a procura do centro termal. Destaque: Hotel e praia à espera da revisão do PDM.   
JN – 23/7/00 (Fernando Seixas) Termas de Portugal – Alcafache oferece saúde nas margens do Dão – Rodeadas de um cenário calmo, animizado pela frescura do rio, as caldas viseenses tanto tratam males do corpo como males do espírito. (Destaques: Águas procuradas há muitos séculos; O fundador da estância) 

JN – 5/10/99 (Teresa Cardoso) – Termas de Alcafache na hora da verdade – Investimentos no balneário, realizados pela sociedade gestora, incentivam à cooperação dos municípios de Viseu e Mangualde.

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Bibliografia

Acciaiuoli: 1936; 1937; 1940; 1941; 1942; 1944; 1947;1948a;  1948b; 1949-50; 1953. Almeida 1948, Azevedo 1867, Baptista 1874-79, Baptista 1933, Bastos1936-37, Brandt 1881, Bret 1860, Castro 1745, Chernovitz 1878, Contreiras 1937, Contreiras 1951, Correia 1922, Correia 1943, Costa 1819, Félix 1877, Leal 1875-80, Lemos 1934, Lepierre 1924, Lobo 1758, Lopes 1892, Loureiro 2000 ?, Lourenço 1867, Mangorrinha 2002, Melo 1923, Mira 1948, Morais 1943, Morais 1947, Narciso 1920, Narciso 1920, Narciso 1925, Narciso 1947, Reis 1779, Tavares 1810, Vale 1845, Anuário Médico-hidrológico de Portugal 1963, Le Portugal Hydrologique e climatique 1930-42.

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Dados gerais

Distrito
Viseu

Concelho
Viseu

Freguesia
S.João de Lourosa       

Povoação/Lugar
Alcafache 

Localização
O rio Dão serve aqui de divisão administrativa entre os concelhos de Viseu e Mangualde. Na margem esquerda a freguesia de Alcafache pertencente ao concelho de Mangualde, na margem direita o local das Termas pertencente à freguesia de S.João de Lourosa. “ Pagamos água e luz a Mangualde e os impostos em Viseu” (esposa do Eng. Loureiro).  

Província hidromineral
B  / Bacia hidrográfica do Rio: Dão - Mondego        

Zona geológica
Maciço Hespérico

Fundo geológico (factor geo.)
Rochas magmáticas (ácidas e intermédias – Granitóides)    

Dureza águas subterrâneas
0 a 50 mg/l de CaCO3

Concessionária

Termas Sulfurosas de Alcafache, SA

Telefone
232479797

Fax
n.d.

Morada
Rua do Balneário 3530-026 Alcafache

E-mail / site

termasalcafache@mail.telepac.pt

www.termasdealcafache.pt

 

 

 


A bica da pedra



O repouso(foto Leonor Areal)




Os tratamentos ORL (foto Leonor Areal)




A fonte dos amores na margem esquerda do Dão




Ponte pedonal