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[A fonte, o tanque de banhos e a descarga]

 

Época termal
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Indicações

Utilizada sobretudo para doenças de pele, afecções bocais e reumático (uso popular)

Tratamentos/ caracterização de utentes

A água deve ser apanhada antes do nascer do sol ou depois do pôr-do-sol, porque tem mais qualidades.” (informante)

É boa para a pele e para a garganta, fazendo gargarejos, também usam para o reumático levam-na para casa e amornam a água e depois tomam banho.” (informante)

Instalações/ património construído e ambiental

O Recinto da Fonte é uma construção de planta rectangular (cerca de 5,5x3,5 m), desenvolve a dois níveis. O nível inferior fica o Recinto da Bica e do Tanque, e o nível superior corresponde às paredes laterais do recinto, com dois bancos em pedra corridos.

O frontão da fonte tem a inscrição “C.M. – 1877”, encimada por uma cruz. Ao centro abre-se um nicho correspondente a uma mina ou arca de água; a água brota de uma bica no nicho, segue por caleira para o tanque de banhos (2x2,5 m), que tem no interior três degraus submersos e um banco baixo no fundo do tanque. O excesso de água do tanque corre, da parte superior, para outra caleira que atravessa o resto do recinto da fonte, passando o muro e regando a horta vizinha.

 

Natureza

Sulfúrea sódica (de paladar fortíssimo, impossível de se beber)     

 

Alvará de concessão

Nunca foi concessionada

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Historial

Tavares escreve em 1810: “ No pequeno lugar do Granjal, numa encosta do monte que fica ao lado do rio, nascem três pequenos mananciais de água mineral […]Estas águas sulfures, que também contem porção de sulfato de bases térreas, e por ventura ferruginosas, podem transportar-se engarrafadas, e permanecer com actividade e sem perda das suas virtudes .”
Estes três mananciais de água foram canalizados, na obra camarária de 1877, para a arca por detrás da fonte. Mas o curioso que se denuncia na reforma do século XIX são as funções e utilização de banhos curativos de doenças de pele, que, a avaliar pelos bancos de espera deveriam ser bastante concorridos por moradores do concelho, já que esta água “não serve para beber, é só para tratamentos”.
Facilmente se adivinha neste cenário o que seria o quotidiano de dias de banho: nos bancos laterais os doentes esperam a sua vez, ao centro uma tenda improvisada com paus e panos velhos cobre o tanque com capacidade para três a quatro pessoas, na promiscuidade que tanto assustou o visconde de Vila Maior, na sua visita a vários locais termais. “Mal sai um doente logo outro entra”, sem que haja mudança da água ou limpeza do tanque para além da provocada pelo correr da água, cujo excesso corre por caleira que a metade do trajecto forma uma bacia provavelmente para lavagem de pés em chagas. Actualmente já não se fazem banhos no local - os necessitados deste tratamento levam a água para casa onde a aquecem para banhos.
Em 1819, Jacinto Costa refere estas águas, na “Farmacopea Naval e Castrense”, tal como Chernovitz (1878) no seu “Dicionário de Medicina Popular e das Ciências Acessórias”. Também não escaparam ao interesse de Armando Narciso (1920) e de Acciaiuoli; já de Lopes (1892) não se poderá dizer o mesmo, que as denomina de “Grajal” e as localiza no concelho de Sernancelhe, “mas distante 2 kilometros de Santa Comba”, o que aliás é impossível, pois as duas sedes de concelho distam entre si mais de 70 km, localizando-se em extremos opostos do distrito de Viseu. Mas o erro volta a ser repetido por Contreiras (1951).
Almeida (1975) também as refere, fazendo uma descrição sumária, classificando-a no grupo das alcalino-sódicas, sulfúreas, com um caudal diário de 3450 litros.

O Jornal de Notícias de 16 de Janeiro de 2005 publicou um artigo com o título: “Caudal ditará futuro das Termas do Granjal”, onde se noticiava o possível interesse da Câmara Municipal de Santa Comba Dão num exploração termal, caso o estudo dos caudais permitam equacionar uma exploração deste tipo.

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Alojamentos

Em Santa Comba Dão, pensões e residenciais.

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Recortes

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Bibliografia

Acciaiuoli 1944, Acciaiuoli 1949-50, Almeida 1975, Baptista 1874-79,Bastos 1936-7, Chernovitz 1878, Contreiras 1937, Contreiras 1951,Correia 1922, Costa 1819, Félix 1877, Leal 1875-80, Lopes 1892, Narciso 1920ª, Narciso 1920b, Narciso 1925, Tavares 1810

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Dados gerais

Distrito
Viseu

Concelho
Santa Comba Dão

Freguesia
Treixedo        

Povoação/Lugar
Granjal 

Localização
Depois da capela uma travessa à direita que termina no jardim-escola; a fonte encontra-se em plano mais baixo, à direita.   

Província hidromineral
B / Bacia hidrográfica do Rio Mondego       

Zona geológica
Maciço Hespérico – Zona Centro-Ibérica

Fundo geológico (factor geo.)
Rochas magmáticas (granitóides)    

Dureza águas subterrâneas
0 a 50 mg/l de CaCO3

Concessionária

Uso popular

Telefone
n.d.

Fax
n.d.

Morada
n.d.

E-mail / site

n.d.

 

 

 


O tanque de banhos