Tipo de exploração:
Termas abandonadas
Natureza da água:
Sulfúrea sódica
Indicações:
Doenças de pele e reumatismo
[Ao centro da foto as ruínas da Quinta dos Banhos]
Época termal
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Doenças de pele e reumatismo (uso popular).
Era também utilizada para banho de crianças “enfangadas”, crianças débeis, que aqui se banhavam no dia de S. Pedro.
Tratamentos/ caracterização de utentes
Era sobretudo utilizada em banhos de imersão, para tratamento de doenças reumáticas.
Instalações/ património construído e ambiental
“O conjunto termal é bastante primitivo. Os tratamentos fazem-se em banheiras de cimento, com a água aquecida numa grande panela, debaixo de um alpendre,
A nascente fica a poucos metros, dentro de uma trincheira de xisto e pederneira, onde a água é retida em represa. Acusa forte cheiro sulfúreo mas é de caudal diminuto.” (Almeida e Almeida 1970) O edifício do balneário, único que se encontra em razoável estado de conservação, encontrava-se fechado, servindo para arrumos agrícolas. No seu interior estão as banheiras em cimento. Num alpendre anexo encontra-se o local de aquecimento da água, mas já sem caldeira ou grande panela. A água continua a ser retida numa represa de xisto, formando um tanque com cerca de seis metros de comprimento, completamente envolto por silvado.
Natureza
Sulfúrea sódica (Calado 1995)
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“No sítio do convento de S. Pedro das Águias, da Ordem de Cister, do qual são padroeiros os Marqueses de Távora, passando o rio Távora, que por ali tem a sua corrente, em um vale esta uma fonte sulfúrea, de pouca água, na qual vão banhar-se, ou lavar-se muitas pessoas enfermas, de vários achaques, em dia de S. Pedro, de que melhoram, ou por milagre do Santo, ou por virtudes da água” (Henriques 1726).
“Esta água tem grande procura e a ela também está ligada uma velha crença do povo. As mães costumam levar ao banho as suas crianças enfangadas, como aqui se denominam as mais débeis, de fraca constituição física. As roupinhas que trazem lançam-se na ribeira, para que as águas, com elas levem todo o enfango. O banho é dado frio porque assim, se a criança resistir, fica mais forte e depois desenvolve-se em melhores condições” (Almeida e Almeida 1970).
Deixou de ser utilizada há mais de 40 anos. Segundo informação do Sr. José Paixão, um dos proprietários da Quinta dos Banhos, “éramos cinco irmãos, morreu um ficámos quatro, mas nunca fizemos partilhas daquilo”. Segundo o mesmo informante, o local dos banhos foi adquirido pela sua avô materna. Como este senhor conta com 73 anos, essa compra deve-se ter passado em finais do século XIX ou inícios de XX. Os seus pais viviam na aldeia do Pereiro e instalavam-se na Quinta dos Banhos no Verão, aí permanecendo de Julho a Setembro, dando banhos a centenas de pessoas que de todo o concelho ali se deslocavam.
A Quinta dos Banhos deve ter sido propriedade do convento de S. Pedro de Águias, pela descrição que dela faz Fonseca Henriques (1726), mas localiza-se na outra margem do rio Távora, numa propriedade que pertenceria à Ordem, e que teria sido secularizada em 1834, como os restantes bens do convento, e vendida e revendida a particulares até que a adquiriu a avó do senhor José Paixão.
O conjunto habitacional encontra-se numa cota mais elevada, e dele só restam ruínas a marcar a meia dúzia de quartos de que se componha a hospedaria.
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Acciaiuoli 1944, Almeida 1970, Henriques 1726
Freguesia
Pereiro
Povoação/Lugar
Ponte do Fumo
Localização
Em Pereiro tomar o caminho ao fundo da ladeia que vai para a Quinta de S. Pedro, onde estão as vinhas da empresa Vranken; nesse local descer até ao fundo do vale da Ribeira dos Banhos. Um conjunto de habitações em ruína marca o local destas antigas termas populares. São cerca de 4,5 km da aldeia ao local.
Província hidromineral
B / Bacia hidrográfica do Rio Douro
Zona geológica
Maciço Hespérico – Zona Centro-Ibérica
Fundo geológico (factor geo.)
Na zona de junção rochas magmáticas (granitóides) com rochas metamórficas (xistos).
Dureza águas subterrâneas
0 a 50 mg/l de CaCO3
Concessionária
Uso popular, actualmente sem uso.
Telefone
n.d.
Fax
n.d.
Morada
n.d.
E-mail / site
n.d.
“Das termas aos "spas": reconfigurações de uma prática terapêutica”
Projecto POCTI/ ANT/47274/2002 - Centro de Estudos de Antropologia Social e Instituto de Ciências Sociais