Tipo de exploração:
Sem uso
Natureza da água:
Sulfatada
Indicações:
Dermatoses
[O bairro mineiro da Urgeiriça]
Época termal
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“Astenias, artralgias, hipertensão e doenças de pele” (Contreiras 1951)
Infertilidade e impotência (uso popular)
Tratamentos/ caracterização de utentes
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Instalações/ património construído e ambiental
A captação está actualmente selada, encontra-se junto da piscina do Hotel da Urgeiriça.
Natureza
Hipossalina, muito radioactiva pelo rádon (Acciaiuoli 1941: 202)
Sulfatada, muito fortemente radioactiva (Almeida 1975)
1922 - Diário do Governo, n.º 29, II série, de 6 Fevereiro. Alvará de concessão.
1933 - Diário do Governo, n.º 98 II série, de 28 de Abril. Transmissão de concessão a favor da Companhia de Radium Lda., com área reservada de 576 hectares
1948 - Diário do Governo, n.º 237, III série, de 10 de Outubro. Transmissão de concessão.
Embora com diversas concessões, nunca foi explorada.
Lepierre (1920) analisou as águas classificando-as de hipossalina, silicatada (30% da mineralização), levemente bicarbonatada cálcica, cloretada e sulfatada magnésica, muito radioactiva da emanação de sais de rádio. Na mesma ocasião o eng. Júlio Silva Pinto apresentou a memória descritiva para o pedido de concessão, onde caracteriza a região: “o granito, de granulação grosseira que constitui o solo da região, é cortado numa extensa área por filões de pegmatite com mineralização de urânio […] aproximadamente a 300 m a norte encontra-se o grande jazigo urano-radífero da Urgeiriça.”
A exploração da água para fins medicinais nunca se concretizou, talvez porque na área concessionada se encontrassem também as minas de urânio e o vale da Ribeira de Patanha servisse como local mais prático de esgoto de águas mineiras.
Nos anos 80 por razões económicas relacionadas com o preço do urânio nos mercados internacionais, a exploração das minas da Urgeiriça começou a ser feita pelo processo de lexivação, que, grosso modo, consiste em encher de ácido sulfúrico as galerias donde se quer extrair o minério; este reage com ácido que depois é bombeado, sofrendo um processo de electrólise para separar o minério do ácido. Este ácido inutilizado era depois depositado em represas de “águas ácidas”, mais uma vez junto da Ribeira de Patanha. Estas águas ácidas são um grave problema ambiental, tanto as retidas em represas como as que possivelmente ficaram nas galerias da mina, que desce a uma profundidade de mais de 600m.
Hotel da Urgeiriça, conhecido localmente como “hotel dos ingleses”, por ter alojado os técnicos estrangeiros no tempo da exploração das minas da Urgeiriça.
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Acciaiuoli: 1936; 1937; 1940; 1941; 1942; 1944; 1947;1948a; 1948b; 1949-50; 1953., Almeida 1975, Bastos 1936/7, Contreiras 1937, Contreiras 1951, Contreiras 1947, Lemos 1938, Lepierre 1920, Luzes 1930, Mendonça 1921, Morais, 1943, Pamplona 1935,Raguin 1949, Ribeiro 1933, Le Portugal Hydrologique e climatique 1930-42, Águas minerais do Continente e ilha de S. Miguel 1940, Anuário Médico-hidrológico de Portugal 1963 , Boletim de Minas 1922
Freguesia
Canas de Senhorim
Povoação/Lugar
Urgeiriça
Localização
A captação localiza-se junto da piscina do Hotel da Urgeiriça.
Província hidromineral
B / Bacia hidrográfica do Rio Mondego
Zona geológica
Maciço Hespérico – Zona Centro-Ibérica
Fundo geológico (factor geo.)
Rochas magmáticas (granitóides)
Dureza águas subterrâneas
0 a 50 mg/l de CaCO3
Concessionária
Abandonadas
Telefone
n.d.
Fax
n.d.
Morada
n.d.
E-mail / site
n.d.
“Das termas aos "spas": reconfigurações de uma prática terapêutica”
Projecto POCTI/ ANT/47274/2002 - Centro de Estudos de Antropologia Social e Instituto de Ciências Sociais