[A escadaria de acesso à fonte]

 

Época termal
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Indicações

Doenças do aparelho digestivo

Tratamentos/ caracterização de utentes

As qualidades que atribuem à água são a sua “frescura” e ajudar a digestão. “Aqui lugares em que aparece águas mais ferrosas que esta. A água daqui é um pouco ferrosa, mas é fresca é boa para a digestão.” Os utilizadores são sobretudo da freguesia do Ameixial “e de bem mais longe, vêm de carro, levam garrafões e garrafões de água”. [informante]

 

Instalações/ património construído e ambiental

Entre muros de propriedades, uma escada em cantaria de três lances de degraus dá acesso à fonte de uma bica (8300 litros em 24 horas). A nascente encontra-se no próprio local: “A nascente da Fonte é mesmo ali. Houve um pedreiro que aqui trabalhou, que contava que numas reparações há muitos anos, foram dar com a água, a sair de um cântaro enterrado na terra. Aquilo foi os antigos, que na altura ainda não havia estes canos, que lá puseram esse cântaro. Agora até têm receio de ir mexer naquilo, que fique pior, como está é suficiente.” [Sr. Avelino Francisco Narciso ]
Nos muros junto da fonte há azulejos com quadras:
1- “Nesta Fonte de água Férrea
Boa para beber
Também se fazem festas
Que ninguém vai esquecer”

2- “É no 1ºde Maio
Que estas festas se realizam
Com artistas de prodígio
Que assim as valorizam”

3-”Esta Fonte muito antiga
Você não pode esquecer
Ao vir a esta festa
É recebido com prazer”

4-“Venham sempre a esta fonte
Para não perder a tradição
De regresso todos levam
Paz e amor no coração”
Otília, 2001

Há um terreiro (cerca de 800 m2) que antecede a descida para a fonte e serve como recinto de festas. A Junta de Freguesia construiu em 1996 o palco coberto e mesas para merendas, e em 2003 foi a vez da construção do coreto e sanitários.

 

Natureza

Hipossalina-bicarbonatada mista, hipotermal (Almeida,1966/I:83). Água férrea.    

 

Alvará de concessão

É a Junta de Freguesia que faz a manutenção do Terreiro da Fonte.

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Historial

A construção da fonte é do século XIX, com o seu frontão em pedra trabalhada, terminando numa coroa estilizada. Provavelmente a nascente surge com a construção da estrada (actual EN-2) no período de Fontes Pereira de Melo.
O Sr. Avelino Francisco Narciso é o vizinho mais próximo, vive na casa que os seus pais construíram, e refere um operário velho que conheceu quando rapaz, que descrevia o modo de captagem da água pelo cântaro incrustado na emergência. Este senhor referenciou as obras que a Junta de Freguesia pensou fazer na emergência de água: “Aqui há uns anos quiseram reforçar, pôr umas manilhas para tirar mais água, mas desistiram, como está serve muito bem, acho que acimentaram esse depósito de onde nasce a água e depois fecharam tudo outra vez.”
Avelino Narciso tem uma opinião bem formada sobre os aquíferos: “Estou abertamente convencido que se forem fazer mais profundo não adianta. Porque, vamos lá a ver, cada sítio tem a suas formas da água aparecer. Os furos são um caso à parte, mas eu tenho numas hortas aqui por detrás das casas, um poço numa barreira que está em cima da terra, a um metro e qualquer coisa de profundidade, aqui há uns anos mandei limpar, foi lá um moço e eu disse-lhe “Oh! rapaz não me vais afundar isto, pois parece-me que não vai resultar”, o moço até afundou um pouco, o que só piorou. Vamos lá a ver, a nascente ficou igual ao que estava, mas não serviu de nada afundar. Deste poço posso tirar mais ou menos três depósitos de 5500 litros, que aquilo volta a encher. Ora mais abaixo tenho outros poços também em cima da terra, que têm muito menos água”.

O enorme terreiro da fonte serve às festas das Maias: “Para a festa de Maio vem gente de todo o lado, isto enche tudo, isto é uma loucura! Agora o presidente, o compadre Albino, tem feito questão nestes melhoramentos. O coreto foi feito este ano, o palco já foi feito uns anos atrás. Mas de qualquer modo o pessoal que vem à festa tem aumentado, isto enche tudo é mesmo uma loucura! Tem vindo tudo, o ‘Balde de Água Fria’ já cá esteve, o Emanuel, esteve o Marco Paulo e muitos outros. Isso é que chama o pessoal, para além disso é um lugar muito conhecido porque tem uma água que tem sido mesmo boa” (Avelino Narciso).

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Alojamentos

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Recortes

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Bibliografia

Almeida 1966.

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