Tipo de exploração:
Água para lavagens
Natureza da água:
Sulfúrea
Indicações:
pele e aparelho digestivo
[A nascente de Caldas do Rio]
Época termal
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Artritismo e doenças de pele (Contreiras 1951).
“A fama terapêutica destas águas é o povo que lha dá, chamando mesmo «caldas» ao sítio da nascente, pois em todos os tempos se contaram curas em afecções crónicas de pele.” (Almeida e Almeida 1970: 234)
Curiosamente no local foram recolhidas informações da sua utilização sobretudo para problemas digestivos e de pele.
Tratamentos/ caracterização de utentes
Ingestão e lavagens.
“Dizem que é boa para os intestinos e fígado, eu bebo e sinto-me bem, porque tenho muita prisão de ventre e se beber a água ando bem, mas não me dá diarreia.”
Instalações/ património construído e ambiental
A água emerge entre rochas de granito, na margem esquerda do rio Cávado, cerca de 400 m a jusante da barragem, com bom caudal.
Natureza
Bicarbonatada mista, silicatada (Contreiras 1951)
Subgrupo das sulfúreas sódicas, hipotermal. Alcalino-sódicas (Almeida e Almeida 1970)
Sulfúrea sódica (Calado 1995)
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A primeira referência à nascente é de um artigo publicado no “Jornal de Coimbra” em 1819, da autoria de José dos Santos Dias, com o título: “Notícias duma nova origem de água mineral fria, medicinal, descoberta na vizinhança de Montalegre, em Julho – 1819” (cit. Acciaiuoli 1944, II: 122).
Lopes (1892: 312) cita a nascente sumariamente: “Água mineral de natureza e temperatura até hoje indeterminada.”
Acciaiuoli (1994, II: 122) refere a notícia de 1819, no “Jornal de Coimbra”, no 2º volume da sua obra que trata da história das águas minerais, mas no 5º volume, dedicado às nascentes não concessionadas, ignora-a.
Almeida e Almeida (1970: 232) comparam a sua análise com outra efectuada por Herculano de Carvalho, 39 anos antes (da qual não encontrámos referência). Este químico tinha assinalado o forte odor sulfúreo destas águas, mas este cheiro tinha-se perdido na visita de Almeida, tal como tinha aumentado a alcalinidade e o pH, devendo-se essa alteração à “a pressão exercida na profundidade pelas duas barragens, do Cavado e do Rabagão, junto do qual se faz a emergência” (Almeida e Almeida 1970: 234).
Na realidade o odor não é marcante, embora ao sabor seja pronunciado, e talvez por essa razão os seus atributos terapêuticos e também os modos de utilização tenham mudado para os problemas digestivos.
Mas a nascente continua a ser procurada, sobretudo por residentes na região ou delas originários: “A gente que vem buscá-la, é quem sabe que ela existe, levam para Lisboa, para a França, no mês de Agosto é um carrar de água.”
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Acciaiuoli 1944, Almeida 1970, Calado 1995, Contreiras 1951,Félix 1877, Leal 1875-80, Lopes 1892, Mira 1948
Freguesia
Contim
Povoação/Lugar
S. Pedro do Rio
Localização
Antes da barragem de Sezelhe, junto do restaurante a Palhota do Alto Cávado, tomar um caminho para jusante, paralelo ao rio; a cerca de 400 m tomar o caminho à direita que desce na direcção do rio; na zona em que este caminho se alarga formando um terreiro, vários atalhos descem em direcções diferentes, o atalho a tomar é o defronte da descida. A nascente está entre os “penedos que fazem assim tipo de uma barracazinha”.
Província hidromineral
B / Bacia hidrográfica do Rio Cávado
Zona geológica
Maciço Hespérico – Subzona Galiza Média / Trás-os-Montes
Fundo geológico (factor geo.)
Rochas magmáticas, ácidas intrusivas (granitóides)
Dureza águas subterrâneas
0 a 50 mg/l de CaCO3
Concessionária
Uso popular
Telefone
n.d.
Fax
n.d.
Morada
n.d.
E-mail / site
n.d.
“Das termas aos "spas": reconfigurações de uma prática terapêutica”
Projecto POCTI/ ANT/47274/2002 - Centro de Estudos de Antropologia Social e Instituto de Ciências Sociais